Dados do Trabalho


Título

Doença Arterial Periférica Assintomática em Pacientes com Diabetes Mellitus tipo 2: um Desafio para o Diagnóstico Clínico

Resumo

Introdução: diabetes mellitus tipo 2 (DM2) é uma síndrome associada ao metabolismo da glicose. Pacientes com DM2 têm risco 3x maior de desenvolver doença arterial periférica (DAP). O diagnóstico de DAP segue sendo um desafio para a prática clínica, apesar de sua alta prevalência e associação com risco cardiovascular, é frequentemente subdiagnosticada devido sua natureza assintomática. O Índice Tornozelo Braquial (ITB) estima, a partir da diferença de pressão arterial sistólica entre membros inferiores e superiores, um valor atribuído à DAP, possuindo boa sensibilidade em seu diagnóstico. A despeito da prevalência da DAP na população com DM2, ainda há pouca informação sobre claudicantes diabéticos, os quais parecem ter um quadro paradoxal de doença mais grave e menor impacto na qualidade de vida, o que limita a suspeita clínica baseada apenas em sintomas. Objetivo: este estudo teve como objetivo compreender a avaliação clínica da DAP e explorar a relação entre apresentação sintomática e diagnóstico por imagem em pacientes com DM2. Métodos: após aprovação pelo comitê de ética, 100 pacientes com DM2 passaram por uma avaliação clínica, onde foram indagados acerca de sintomas claudicantes e outros dados clínicos e fizeram o ITB (com uso de monitor automático de pressão e de ultrassom de alta resolução com transdutor linear de 3-9MHz), as características populacionais estão descritas na Tabela 1. Resultados: nessa população, 49% dos pacientes tinham DAP, desses apenas 26,5% referiam sintomas de claudicação intermitente. 51% dos pacientes não tinham DAP, porém cerca de 23,5% deles referiam sintomas claudicantes, descrito na Tabela 2. Não encontramos explicação satisfatória para presença de claudicação nessa população. O estudo mostrou baixa sensibilidade e especificidade da claudicação intermitente para suspeita de DAP, sendo estas de 27% e 76%, respectivamente. O valor preditivo positivo foi de 52%. Foi avaliado que tabagismo e história familiar de doença cardiovascular são fatores de risco para DAP, com risco relativo (RR) de 1,14x (intervalo de confiança (IC)95%, p=0,010) e 1,68x (IC95%, p=0,025), além do uso de inibidor de SGLT2 foi associado (RR=0,698, IC95%, p=0,033). Uma menor taxa de filtração glomerular também teve associação independente com a DAP (p=0,006). Conclusão: nosso estudo mostrou que a maioria dos pacientes com DAP têm doença subclínica, portanto, ressaltamos a importância de rastrear pacientes com DM2 para DAP, independente da sintomatologia.

Palavras Chave

Doença arterial periférica; Claudicação intermitente; Índice Tornozelo Braquial

Arquivos

Área

ATEROSCLEROSE / FATORES DE RISCO CARDIOVASCULARES / PREVENÇÃO CARDIOVASCULAR

Categoria

Iniciação Científica

Autores

MARIA CLARA PIMENTA, VICTOR HUGO ALVES DINIZ, JOAQUIM BARRETO, ANDREI CARVALHO SPOSITO