Dados do Trabalho


Título

Variação Temporal da Incidência de internações por Miocardite no Estado do Paraná (2014-2022)

Resumo

Durante a pandemia da COVID-19, houve um aumento preocupante nos casos de miocardite, uma inflamação do coração associada a infecções virais, ativação imune desregulada e exposição a substâncias. Embora existam estudos que associem a COVID-19 à miocardite, a compreensão completa de sua patogênese, frequência e impacto prognóstico permanece imprecisa, apresentando desafios epidemiológicos significativos. O objetivo deste estudo foi analisar a tendência temporal dos casos e as relações entre COVID-19, fatores demográficos e a incidência da doença. Os dados foram obtidos no DATASUS, considerando casos de internação por miocardite no Paraná entre os anos de 2014 e 2022, pacientes de ambos os sexos e todas as faixas etárias, utilizando os códigos I40 e I41 da Classificação Internacional de Doenças. A análise retrospectiva realizada considerou três períodos: dois antes do surgimento da pandemia da COVID-19 (2014-2016 e 2017-2019) e um durante os anos mais impactantes da pandemia (2020-2022). Como técnicas de análise, foram utilizados modelos de Regressão Linear Quadrática para ajustar a quantidade de casos ao longo do tempo, Regressão Poisson para a contagem de dias de permanência hospitalar e Regressão Logística para a chance de óbito dos pacientes. Todos os resultados consideraram um α<5% de significância. No período de 2014 a 2016, o modelo ajustado de Regressão Linear Quadrática apresentou um comportamento de crescimento no número de casos de miocardite (Figura 1). Entre o período de 2017 até o final de 2019, houve uma quebra de tendência, apontando um comportamento decrescente. A partir de 2020, os casos voltaram a subir com a pandemia da COVID-19. O modelo quadrático ajustou uma parábola com concavidade para cima aos dados observados, obtendo um R² de 98,96%. A Regressão Poisson revelou uma associação na qual o avanço da idade e o paciente ser do sexo masculino influenciam na redução do tempo de estadia hospitalar. Além disso, os pacientes que apresentaram miocardite no período pós-covid (2020-2022) também tiveram um tempo de permanência no hospital reduzido. O modelo de regressão logística apontou que a cada ano a mais de idade, há um aumento na chance de óbito de 2,1%. Portanto, é possível afirmar que os resultados revelaram uma mudança na tendência dos casos de miocardite, passando de crescente para decrescente em 2017 e depois voltando a subir a partir de 2020, sugerindo uma possível associação entre a pandemia e o aumento subsequente de miocardite.

Palavras Chave

Miocardite; Covid-19; Tendência.

Arquivos

Área

EPIDEMIOLOGIA E POLÍTICAS DE SAÚDE / SAÚDE GLOBAL

Categoria

Iniciação Científica

Autores

MATEUS AMORIM ABOBOREIRA, STÉFANE LELE ROSSONI, FELIPE HIDEAKI UEDA, GABRIEL VIEIRA CESCA, JOSÉ GULHERME PINHATTI CARRASCO, GIOVANNA CRISTINA FERREIRA PASSERI, LUIZ GUSTAVO VILHENA PEREIRA, IGOR HENRIQUE RIGOTTO ALTOÉ, ⁠GIOVANNA PAOLA VOLPATO SOARES, MARCUS ROBERTO ANDREUCCI, LUCIANO DE ANDRADE