Dados do Trabalho


Título

Técnica “Double-Wire” para retirada de Stents implantados em Bifurcação Coronariana

Resumo

Paciente do sexo masculino, 68 anos, histórico de Diabetes Mellitus, Dislipidemia, Síndrome Metabólica, Doença Arterial Coronária e Angina Estável. Em 2021 foi admitido para Angioplastia Eletiva, onde a coronariografia pré-procedimento revelou lesão de 20% no terço distal do Tronco da Coronária Esquerda (TCE), lesão segmentar de 70% na Artéria Descendente Anterior (ADA) e lesões ostiais de 90% no Primeiro Ramo Diagonal (RD1) e no ramo septal. Foram implantados três stents farmacológicos, com eluição de Everolimus, dois para ADA, terço proximal e médio, e o último para o RD1; foi utilizada a técnica de bifurcação “mini-crush” com o stent proximal da ADA. Houve problemas na tentativa de recruzar os fios guias entre as hastes dos stents em direção ao RD1 para pós-dilatação. Dessa forma, a progressão com cateter balão foi inviável. Métodos convencionais, como tentativa da retirada do fio guia, não funcionaram causando deformação do stent para RD1, stent proximal da ADA e, também, os fios guias foram danificados. Diante da ausência de soluções convencionais, recorreu-se à técnica "Double-Wire", na qual dois fios guias foram colocados em paralelo. Ambos, sob o mesmo rotor, geraram torção ao girar simultaneamente no sentido horário. Essa abordagem possibilitou o resgate completo dos stents deformados no RD1 e terço proximal da ADA. Posteriormente, durante o controle angiográfico, foram observadas dissecção com aumento de calibre no teto do TCE, dissecção no terço proximal da ADA e deformação longitudinal (alongamento) do stent previamente implantado no terço médio da ADA, com suas hastes proximais permanecendo no local do óstio do RD1. Para remoção do último stent no terço médio da ADA, empregou-se novamente a técnica "Double-Wire". Foi conduzido um fio guia em direção ao primeiro ramo marginal e, sobre este, utilizado um microcateter Turnpike para manter acesso ao TCE, prevenindo torções desse fio guia com os demais durante a execução da técnica. O aprisionamento e resgate do stent foram bem-sucedidos. No controle angiográfico, observou-se um discreto trombo no terço distal do TCE e uma dissecção no óstio do RD1. Dado que o estado do paciente permanecia estável, foi decidido continuar com plano de angioplastia, incluindo o implante de quatro stents farmacológicos com eluição de Everolimus. Essa abordagem visava tratar a ADA e sua bifurcação com RD1, bem como corrigir a dissecção do TCE. O procedimento foi realizado com sucesso.

Palavras Chave

Double-Wire; Bifurcação; Stent

Arquivos

Área

CARDIOLOGIA INTERVENCIONISTA

Categoria

Iniciação Científica

Autores

MATEUS AMORIM ABOBOREIRA, JULIO PAIVA MAIA, FELIPE HIDEAKI UEDA, MARCOS FRANCHETTI