Dados do Trabalho


Título

Intervenção coronariana percutânea (recanalização) de oclusões coronarianas crônicas (Chronic Total Occlusions) via transradial distal: insights dos registros DISTRACTION e LATAM CTO.

Resumo

Racional: a oclusão coronariana crônica (CTO) representa o cenário mais desafiador à intervenção coronariana percutânea (ICP). O acesso transradial distal (dTRA) apresenta, em relação ao transradial proximal, vantagens como hemostasia mais célere e menores taxas de oclusão da artéria radial (AR) proximal. Há, todavia, limitados dados tangentes ao dTRA na ICP-CTO.

Material e métodos: descrevem-se os dados de 208 pacientes (pcts) consecutivamente submetidos a ICP-CTO via dTRA (acesso primário) e incluídos nos registros LATAM (Latin America) CTO e DISTRACTION (DIStal TRAnsradial access as default for Coronary angiography and intervenTIONs).

Resultados: as tabelas expõem as características dos pcts e dos procedimentos. A média de idade da amostra foi 62,8±9,9 anos, com predomínios de gênero masculino (77,4%), hipertensão arterial sistêmica (84,9%), tabagismo ativo atual ou pregresso (61,3%) e síndromes coronarianas crônicas (74,2%); 45,2% possuíam diabetes ou ICP prévia. As indicações para a ICP-CTO atenderam às recomendações formais, destacando-se alívio de angina refratária (90,8%). Com J-CTO escore médio de 1,8±1,1, todas as ICP-CTO foram executadas com técnicas de cruzamento anterógrado dos dispositivos, essencialmente por limitações ao uso de devices específicos para a via retrógrada (86.3% de pacientes do SUS). Não obstante, logrou-se satisfatória taxa de sucesso (89,2%), além de adicionais 6,5% de “modificação da CTO”, com médias de 1,9±0,9 stent farmacológico/ICP-CTO e extensão de 64,7±28,0mm. Com exceção de apenas 4 (1,9%) access site crossovers, logrou-se inserção bem-sucedida do sheath, mormente 6Fr (95,7%), por via dTRA direito (63,4%) e hemostasia por dispositivos dedicados (88,2%). Houve repetição de dTRA ipsilateral (redo dTRA) em 30 (14%) pcts e dTRA bilateral concomitante (para simultaneous coronary dual injection) em 31 (15,1%) pcts. As artérias descendente anterior e coronária direita foram os territórios-alvo mais prevalentes (49,5% e 32,3%, respectivamente). Não ocorreram complicações maiores relacionadas aos procedimentos, nem qualquer documentação de oclusão de AR (distal e proximal) à alta hospitalar.

Conclusões: mesmo para quão desafiador cenário como a ICP-CTO, o dTRA (bem como a sua repetição ipsilateral e a sua concomitância bilateral), executado por operadores proficientes, parace ser exequível e seguro, com significativa redução de complicações associadas à via de acesso, bem como conforto a paciente e operador.

Palavras Chave

chronic total occlusion; distal transradial access; percutaneous coronary interventions

Arquivos

Área

CARDIOLOGIA INTERVENCIONISTA

Categoria

Pesquisador

Autores

MARCOS DANILLO OLIVEIRA, ALEXANDRE QUADROS, ADRIANO CAIXETA