Dados do Trabalho


Título

PERICARDITE INCESSANTE PÓS VACINA PFIZER PARA COVID-19: relato de caso

Resumo

INTRODUÇÃO: A pericardite incessante é definida como inflamação do pericárdio que persiste sintomática por 4 a 6 semanas e menos que 3 meses. Existem registros de pericardite relacionado à outras vacinas na literatura, mas tal reação se tornou mais comentada após a imunização para Covid-19. Dados epidemiológicos mostram uma incidência de pericardite pós vacina para Covid-19 de 5,98 casos por milhão de doses, com início de sintomas entre 3 a 15 dias da aplicação, eventos mais frequentes após a segunda dose, em jovens, no sexo masculino e em vacinas de mRNA, como a Pfizer. DESCRIÇÃO DO CASO: Paciente, 30 anos, sexo masculino, previamente hígido, procurou o pronto socorro em agosto de 2021 apresentando há 7 dias, astenia, febre, dispnéia leve e dor torácica em aperto de moderada à forte intensidade com melhora à anteriorização do tórax, piora ao decúbito dorsal e a inspiração profunda. Nega relação da dor com esforço físico, estresse, repouso. Nega trauma torácico, perda de peso recente, quadro gripal ou gastrointestinal prévios, tabagismo e etilismo. Possuía relato de vacinação para Covid-19 (Pfizer), 1° dose, 10 dias antes dos sintomas. Ao exame físico, apresentava taquipnéia e taquicardia, sem outras alterações, incluindo atrito pericárdico. Exames complementares mostravam leucocitose, PCR e VHS elevados, eletrocardiograma (ECG) com supradesnivelamento do ST difuso e infradesnivelamento de PR, tomografia de tórax com derrame pleural. Sem curva e alteração de troponina. Função sistólica e diastólica preservada, derrame pericárdico de grau discreto, lâmina inferior de 7 mm, no ecocardiograma. Em investigação etiológica, foram solicitados: sorologias (hepatites, HIV, sífilis, dengue, Covid-19), TSH, T4 livre, FAN, anti DNA, anti SM, complementos C3 e C4, tomografia de abdome com resultados dentro da normalidade. Iniciado tratamento com colchicina e ibuprofeno, com melhora de dor torácica e normalização de PCR, VHS e ECG somente após 7 a 8 semanas em acompanhamento ambulatorial. A ressonância magnética cardíaca mostrou pericárdio com leve espessamento difuso (4 mm) e discreto realce tardio, sem acometimento do miocárdio. CONCLUSÃO Considerando o caso, tratar-se de uma pericardite incessante, pelo apresentação clínica e tempo de evolução. Sobre a etiologia, a principal hipótese é reação vacinal, devido a relação temporal dos sintomas com a vacinação, além da ausência de correlação com outras causas mais prováveis.

Palavras Chave

Pericardite incessante; Vacina Pfizer; Covid-19

Arquivos

Área

COVID-19 E SISTEMA CARDIOVASCULAR

Categoria

Jovem Pesquisador

Autores

ANA LUIZA CALDEIRA LOPES, AMARILDO CANEVAROLI JÚNIOR, CHRISTIAN DE MAGALHÃES PEREIRA, MICHELLE BRUNA DA SILVA SENA, CAROLINE BARRETO CAVALCANTI, LÍLIAN MÁRCIA COSTA ANDRADE, ' MARCOS COELHO MOREIRA, BRUNO BELIZÁRIO FONSECA, JOÃO VITOR BORGES DE OLIVEIRA, INÁCIO CARLOS MURTA JÚNIOR, RENATO DE CARVALHO BARROS