Dados do Trabalho


Título

SEGUIMENTO TARDIO DE ABLAÇÃO EPICÁRDICA DE TAQUICARDIA VENTRICULAR REFRATÁRIA ATRAVÉS DE TORACOTOMIA MEDIANA EM PACIENTE CHAGÁSICO: RELATO DE CASO

Resumo

Introdução: A taquicardia ventricular (TV) refratária e a tempestade elétrica são desafios clínicos no manejo de pacientes com as formas arritmogênicas da doença de chagas. A ablação por cateter se torna a primeira linha de tratamento nestes casos, sendo indicado o mapeamento tanto endocárdico quanto epicárdico, visto que a maior parte dos circuitos em chagásicos têm origem epicárdica. No entanto, a técnica de punção subxifóide, pode por vezes não ser factível em virtude de aderências prévias existentes na região.
Descrição do caso: AOA, masculino, 60 anos, chagásico (forma esofágica e cardíaca), foi admitido em 10/2020 em nossa instituição por quadro de tempestade elétrica. Encaminhado para ablação epicárdica através de punção subxifóide e realizado o mapeamento da região lateral basal do ventrículo esquerdo (VE), com identificação de áreas de substrato arritmogênico e indução da TV, porém apresentando limitações na aplicação de radiofrequência (RF) em virtude da proximidade com o nervo frênico. Devido avançar do procedimento, não foi possível realizar ablação endocárdica. O paciente continuou apresentando terapias apropriadas do CDI, sendo reabordado em 02/2021. Depois de várias tentativas sem sucesso de acesso ao espaço pericárdico, optou-se pela via endocárdica (retroaórtica e transeptal). Mapeamento do substrato encontrou discretos potenciais fragmentados e tardios em região ínfero septal basal de VE. No entanto, o paciente manteve-se apresentando episódios recorrentes de taquicardia com idas frequentes ao pronto socorro (13 choques nos últimos 6 meses). Nova tentativa de acesso epicárdico por via convencional foi infrutífera. Optado em Heart Team por aborda-lo através de esternotomia mediana em 07/22. Após cautelosa dissecção de todas as aderências epicárdicas foi possível mapear todo o VE. Encontrados potenciais tardios e fragmentados em porção ínfero lateral basal (Fig. 1). A indução da TV através de pace endocárdico de ventrículo direito propiciou mapeamento de todo o ciclo da taquicardia e interrupção durante a administração da RF. Aplicações adicionais foram realizadas até completa homogeinização da cicatriz e completo desaparecimento dos potenciais encontrados (Fig. 2). Testes adicionais foram executados sem indução de qualquer arritmia sustentada. Paciente sem novos episódios desde então.
Conclusão: Em pacientes com acesso pericárdico inacessível, a ablação por cateter via toracotomia pode ser realizada, sendo um procedimento viável e eficaz.

Palavras Chave

Taquicardia ventricular; Doença de Chagas; Ablação epicárdica

Arquivos

Área

ARRITMIAS CARDÍACAS/ ELETROFISIOLOGIA/ ELETROCARDIOGRAFIA

Categoria

Jovem Pesquisador

Autores

FABIANA GALLO, RAFAEL CAMPOS OLIVEIRA, FERNANDA BORGES CAVALET, BRUNNA SOUZA SARAIVA, ROBERTA ABRÃO PACHECO RODRIGUES QUEIROZ, CAIO CEZAR DANIEL PEREIRA, GABRIELA GALLO, ALESSANDRO FELIPE ARANTES, HUGO BELLOTTI LOPES, GUILHERME VISCONDE BRASIL, AGUINALDO FIGUEIREDO FREITAS JUNIOR