Dados do Trabalho
Título
Feocromocitoma: Um diagnóstico diferencial a ser lembrado na emergência.
Resumo
INTRODUÇÃO
O feocromocitoma é um tumor neuroendócrino raro, tendo em média 2 casos para cada 1.000.000 de pessoas, responsável por apenas 0,2% dos casos de hipertensão secundária, incidência semelhante em ambos os sexos, normalmente encontrado dos 30 a 50 anos, é derivado das células cromafins da medula adrenal, que secretam catecolaminas em excesso.
A sintomatologia clínica, caracterizada por episódios paroxísticos de hipertensão, palpitações, sudorese, cefaleia e ansiedade, possuindo como diagnósticos diferenciais patologias como tireotoxicose, hipoglicemia, suspensão de medicamentos ou abuso de drogas, atrasando o diagnóstico e tratamento adequados. Este relato de caso visa destacar a importância do feocromocitoma como diagnóstico diferencial em pacientes com picos hipertensivos e sintomas sugestivos ao excesso de catecolaminas.
DESCRIÇÃO DE CASO
Paciente feminino, 62 anos, com dislipidemia e pré-diabetes, história familiar de hipertensão. Buscou atendimento na Unidade de Emergência (UE), no dia 2/9/21, devido a queixa de mal estar, náusea, pele fria, PA 178/98mmHg, demais sinais vitais normais. Não houve evidência de síndrome coronariana. Após, foram observados outros episódios de picos hipertensivos, porém, sem queixas. Na data de 14/9/22, deu entrada na UE por dispneia, PA 183/89mmHg. Realizados captopril, hidralazina e clonazepam, com melhora após horas de observação. Após, alta para acompanhamento ambulatorial. Paciente retorna à emergência horas depois, apresentando pico hipertensivo, sudorese, cefaleia e ansiedade, PA 220/110mmHg. Prescrito hidralazina oral e metoprolol EV. Evoluiu com dor torácica, em queimação, com irradiação para dorso e PA 240/120mmHg. Iniciado nitroglicerina, com melhora pouco significativa e eficaz nas primeiras horas, reduzindo de forma resistente. Admitida em UTI, em 16/9/22, TC de abdome evidencia lesão expansiva sólida em adrenal esquerda, heterogênea, lobulada, com 3,4x3,0cm (24UH). Exames laboratoriais evidenciavam níveis elevados de metanefrinas em urina de 24 horas. Diagnóstico confirmado por biópsia, que indicou tumor benigno com 3,5cm de diâmetro, estadiamento pT1. Paciente submetida à adrenalectomia com sucesso, normalizando pressão arterial e com remissão dos sintomas.
CONCLUSÕES
O feocromocitoma, embora raro, deve ser considerado em pacientes com pico hipertensivo e sintomas relacionados à secreção excessiva de catecolaminas. O diagnóstico precoce é crucial para evitar complicações graves como arritmias e até morte.
Palavras Chave
Feocromocitoma; Hipertensão Secundária; Doença rara
Área
HIPERTENSÃO / DESNERVAÇÃO RENAL
Categoria
Jovem Pesquisador
Autores
BRUNO ANTONIO GONÇALVES FLEURY, MARCÍLIO BASTOS DAVID, MATHEUS ALVES PEREIRA, MONIQUE ALMEIDA VAZ, THAIS BRAGA PEREIRA SCHIATTI