Dados do Trabalho


Título

Manejo Clínico com Antiparasitários em Doença de Chagas Congênita

Resumo

Introdução: A Doença de Chagas Congênita (DCC) tem Trypanosoma cruzi (T. cruzi) como agente, passado de mães parasitadas para os filhos na gravidez ou no parto. Os bebês com sorologia positiva para T. cruzi expressam fase aguda nos primeiros meses de vida e, se não tratados, evoluem para fase crônica. Objetivos: Compreender o manejo clínico com antiparasitários no tratamento da DCC. Metodologia: Realizou-se uma revisão sistemática de literatura com recomendação PRISMA. As bases de dados PubMed e portal CAPES foram utilizadas com os descritivos “manejo clínico”, “doença de chagas” “congênita”. O filtro foi artigo nos últimos 10 anos. Os critérios PICO são: pacientes com DCC, manejo clínico, eficácia dos antiparasitários, e prognóstico. Foram encontrados 28 artigos, 24 no pubmed e 4 no portal CAPES. Em seguida, 1 artigo repetido foi excluído e após seleção por relevância, restaram 5 artigos. Discussão: Dois medicamentos antiparasitários, benznidazol (BNZ) e nifurtimox, são recomendados para DCC, principalmente na fase aguda, tendo nessa fase taxa de cura de 90-95%. O recomendado é aproximadamente 5–10 mg/kg oral, dividido em 2 ou 3 doses diárias por 60 dias em crianças até 12 anos, ou nifurtimox, 15–20 mg/kg por dia, via oral em 3 ou 4 doses até 90 dias, crianças de até 10 anos. Com dados clínicos, o BNZ é o tratamento de primeira linha e teve eficácia comprovada por PCR quantitativos negativos e por testes sorológicos. Os testes de PCR que viraram positivos novamente auxiliam a registrar falhas terapêuticas após tratamento, provavelmente devido à ineficácia do BNZ em penetrar tecidos infectados ou à cepas de T. cruzi resistentes. Entretanto, BNZ e nifurtimox podem, às vezes, causar efeitos colaterais e na fase crônica da DCC não é certo que antiparasitários reduzem as complicações de longo termo mas, comparado ao placebo ou à ausência de tratamento, o BNZ aumenta em 18 vezes a resposta à terapia. Posaconazol é um agente que demonstrou ser antitripanocida em roedores, assim, estudo avaliou a eficácia e atividade antitripanossômica deste em comparação ao BNZ, mas houve falhas no tratamento. Conclusão: Portanto, é relevante diagnosticar neonatos em tempo hábil, devido a maior taxa de sucesso no tratamento. Assim, o manejo clínico abrangente e personalizado, combinado ao tratamento farmacológico antiparasitario e ao acompanhamento regular é essencial para otimizar resultados na DCC, visando melhor qualidade de vida e reduzir a morbimortalidade associada.

Palavras Chave

Doença de Chagas; Antiparasitários; Manejo clinico

Área

FARMACOLOGIA CARDIOVASCULAR

Categoria

Iniciação Científica

Autores

JÚLIA CAPUTO AMORIM, KAREN ARAUJO MORAIS, GABRIELA ARAUJO MORAIS, LUCA CANDIDO ALSINA