Dados do Trabalho
Título
MORBIMORTALIDADE DE PACIENTES HOSPITALIZADOS POR INSUFICIÊNCIA CARDÍACA NO BRASIL: ANÁLISE DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO NOS ÚLTIMOS DEZ ANOS
Resumo
Introdução: A Insuficiência Cardíaca (IC) é um importante problema de saúde pública no Brasil, que apresenta uma das maiores taxas de mortalidade intra-hospitalar pela doença no mundo. Tal dado reflete o expressivo número de hospitalizações por IC no país, que gera grande impacto financeiro no Sistema Único de Saúde (SUS). Neste contexto, compreender o cenário epidemiológico vigente é fundamental para elaborar estratégias de prevenção e manejo da IC, tanto a nível ambulatorial quanto hospitalar. Objetivo: Analisar o perfil epidemiológico da morbimortalidade hospitalar por IC no Brasil e suas regiões, nos últimos dez anos. Metodologia: Estudo epidemiológico retrospectivo, transversal e descritivo, com dados coletados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS entre janeiro de 2014 e dezembro de 2023. Analisou-se o número de internações e óbitos hospitalares por IC, considerando sexo, faixa etária, ano de atendimento, média de permanência hospitalar e custos associados. Resultados: Nos últimos dez anos, a IC foi a principal causa de internações por doenças do aparelho cardiovascular (ACV) no Brasil, com 2.008.665 registros, com cerca de 95% em caráter de urgência. Até o ano de 2020, houve declínio progressivo das internações, com leve aumento em 2021 e 2022 e retorno à queda em 2023. A permanência hospitalar variou, em média, entre 7,1 e 8,4 dias e gerou custos hospitalares que somaram, na última década, 3,6 bilhões (cerca de 358 milhões por ano). Dentre os hospitalizados, prevaleceu o sexo masculino (52%) e idosos (73%), sobretudo entre 70 e 79 anos. A análise regional revelou que o Sudeste (SE) concentrou o maior número de internações (42%), em contraste com o Norte (5,5%). A mortalidade hospitalar por IC segue o mesmo padrão, com 47% dos 227.987 óbitos no SE e 5,5% no Norte. Durante o período analisado, a IC foi a segunda maior causa de morte hospitalar por doenças do ACV no país, com poucas variações no número de óbitos (média de 22.638 registros por ano), sem diferença significativa entre os sexos e com predomínio em idosos com mais de 80 anos (34%). Conclusão: O recrudescimento das internações em 2021 e 2022, reflexo da pandemia do coronavírus, provavelmente está relacionada à perda de acompanhamento dos pacientes e consequente descompensação do quadro. Vale ressaltar, ainda, que o número de óbitos não acompanhou a tendência de redução no número de internações por IC, o que indica necessidade de avanços no manejo intra-hospitalar destes pacientes.
Palavras Chave
insuficiência cardíaca; MORBIMORTALIDADE; Perfil Epidemiológico
Arquivos
Área
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA / CARDIOMIOPATIA/ TRANSPLANTE
Categoria
Iniciação Científica
Autores
RAQUEL TELES DE MEDEIROS, BEATRIZ RODRIGUES EVANGELISTA BRANDÃO , RENATA GABRIELLA RIBEIRO FERREIRA, PEDRO DOS ANJOS FREIXO , BEATRIZ REGIS DA CUNHA, SOPHIA ASSIS DOS SANTOS, CATARINA FERREIRA COSTA PRAIA, CAIO RESENDE DA COSTA PAIVA, JOSUÉ KALEB MATOS DE ARAGÃO