Dados do Trabalho

Título

APRESENTAÇÃO CLÍNICA DA SÍNDROME BRASH: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DOS RELATOS DE CASO DOS ÚLTIMOS 5 ANOS

Resumo

INTRODUÇÃO: A síndrome BRASH, do inglês Bradycardia, Renal failure, AV block, Shock e Hyperkalemia faz menção a uma bradicardia severa gerada pelo sinergismo de drogas bloqueadoras do nó atrioventricular e hipercalemia que pode resultar em choque cardiogênico grave. Apesar da relevância, é pouco reconhecida, dificultando o tratamento. Há, desse modo, a necessidade de uma maior compreensão da condição.
OBJETIVO: Descrever a apresentação da síndrome BRASH com base nos relatos de casos publicados nos últimos 5 anos, fornecendo percepções valiosas para o seu diagnóstico e manejo.
MÉTODOS: Foi realizada uma revisão sistemática via PRISMA nas bases de dados PubMed e Biblioteca Virtual em Saúde com a chave de busca (BRASH) AND (Syndrome), filtrando os textos publicados entre 2019 e 2024, sem restrição de idioma, gerando 161 trabalhos sem as duplicatas. Excluiu-se os artigos fora da temática, textos não relatos ou séries de casos e os indisponíveis, restando 39 artigos com 42 relatos. Todos os revisores participaram da seleção dos textos e extração dos dados, sendo qualquer discrepância resolvida em consenso.
RESULTADOS: Dos 42 casos, 35,7% eram pacientes homens e 64,3% mulheres, com idade média de 72,3 anos. Os sintomas mais frequentes foram: síncope, hipotensão ou dispneia (58,82%) e alteração de consciência (50%). Betabloqueadores eram usados por 76,9% dos pacientes, seguidos por bloqueadores de canais de cálcio (56%), inibidores da enzima conversora de angiotensina (30,8%) e bloqueadores do receptor da angiotensina (28,2%). As principais comorbidades foram hipertensão arterial (85,7%), diabetes mellitus (71,4%) e doença renal crônica (52,4%). A média de potássio sérico foi de 6,55 mEq/L, a de creatinina 3,59mg/dL, com uma frequência cardíaca de 34,68 bpm e pressão arterial 98,4/53,5 mmHg. No ECG, 51,3% tinham ritmo juncional, 15,3% idioventricular e 10,25% bradicardia sinusal. Terapia para hipercalemia foi realizada em 95,23% dos casos, sendo que 26,19% necessitaram de terapia de substituição renal e 19,04% estimulação transvenosa ou transcutânea. Apenas 4,7% dos casos resultaram em óbito.
CONCLUSÕES: Houve maior prevalência da síndrome em mulheres e idosos com hipertensão, diabetes e doença renal, tratados com fármacos cardiovasculares. A apresentação se dá com variadas bradiarritmias e altos níveis de creatinina, respondendo bem à terapia contra hipercalemia. Mais pesquisas devem ser realizadas para promover um melhor conhecimento da condição.

Palavras Chave

medicina intensiva; BRASH; Apresentação clínica