Dados do Trabalho
Título
Reativação da doença de Chagas em pacientes pós-transplante cardíaco por miocardiopatia chagásica: revisão sistemática
Resumo
Introdução: O envolvimento cardíaco pelo Trypanosoma cruzi é impactante na epidemiologia e morbimortalidade da Doença de Chagas. O transplante cardíaco é uma estratégia de manejo, porém, a imunossupressão associada pode reativar o parasita. Avaliar as taxas de recorrência pós-transplante é crucial para compreender sua eficácia.
Objetivos: Estudar a reativação da miocardiopatia chagásica em pacientes pós-transplante.
Métodos: Trata-se de revisão sistemática, realizada na base de dados PubMed, na qual identificou-se 31 artigos com as palavras chaves “heart transplant and chagas and reactivation”. A busca incluiu publicações desde agosto de 2015 e pertinentes ao tema. Os artigos selecionados foram avaliados quanto à metodologia e aos critérios de elegibilidade. Após a aplicação dos critérios e avaliação crítica, foram selecionados 5 artigos.
Resultados: Manifestações sistêmicas mais comuns da reativação da doença de Chagas são febre, mialgia, meningoencefalite, miocardite, arritmia e choque cardiogênico. Métodos diagnósticos precisos, como a reação em cadeia de polimerase (PCR) e a biópsia endomiocárdica (EMB) ou de outros tecidos, para avaliar a reativação da doença de Chagas na prática médica são difíceis de implementar rotineiramente, refletindo-se no amplo uso empírico de benzonidazol na suspeita clínica. Porém, a aplicação do PCR demonstra-se promissora para esta detecção. O uso de azatioprina ou micofenolato de mofetila (MM) em regimes de imunossupressão - embora a literatura geralmente associe uma maior reativação com MM - não apresentou associação estatística significativa com maior reativação da doença. Um estudo conduzido no Brasil, envolvendo 103 pacientes, revelou uma taxa de reativação de 40,2%. Outro estudo realizado nos Estados Unidos reportou um evento similar em 60% dos casos. Em ambos os estudos, não foram registrados óbitos durante o período. Assim, infecção e rejeição continuam sendo as principais causas de mortalidade entre os transplantados com miocardiopatia chagásica.
Conclusão: A reativação da doença de Chagas após o transplante cardíaco é uma complicação comum desse procedimento e traz desafios diagnósticos, devido a sua variedade de manifestações clínicas. Embora não esteja diretamente associada a uma mortalidade imediata, é crucial direcionar pesquisas para aprimorar os métodos de diagnóstico e de imunossupressão, visando garantir o tratamento adequado e prevenir complicações.
Palavras Chave
heart transplant; chagas; reactivation
Área
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA / CARDIOMIOPATIA/ TRANSPLANTE
Categoria
Iniciação Científica
Autores
RAFAEL HRISTOV TEIXEIRA, MARIANA ARAÚJO LIMA ELIAS, LEDA MARIA DUARTE CASTELLANO, FELLIPE CÉSAR BORGES SILVA, ALMI CARDOSO RIBEIRO JÚNIOR, GIOVANA OLIVEIRA BORGES , MARIA EDUARDA FLORENTINO DA SILVA , SOFIA ARRAIS HAIDAR, VITOR MACHADO DA SILVA, GUSTAVO CAVALCANTE GONÇALVES , MARCUS HENRIQUE GOMES RIBEIRO COSTA , KATIA OLIVEIRA NUNES LEAL