Dados do Trabalho


Título

DAPAGLIFLOZINA EM PACIENTE HIPERTENSO, DIABÉTICO, RENAL CRÔNICO PRÉ-DIALÍTICO PORTADOR DE SÍNDROME METABÓLICA

Resumo

INTRODUÇÃO: À luz da medicina baseada em evidência, há claro benefício potencial do uso de inibidores do cotransportador sódio-glicose 2 em diabéticos portadores de doença renal crônica (DRC) com taxa de filtração glomerular estimada (TFGe) ≥ 25 ml/minuto/1,73 m². Entretanto, para pacientes portadores de síndrome metabólica, com obesidade visceral importante, portanto, portadores de resistência insulínica, em tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS), com TFGe < 25 ml/minuto/1,73 m², não há alternativa adequada para o controle glicêmico e prevenção da progressão da DRC.
RELATO DE CASO: Paciente masculino, negro, 70 anos, obeso grau II, circunferência abdominal de 129 cm, diabético, hipertenso, dislipidêmico, portador de insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada, marcapasso definitivo por síndrome bradicardia-taquicardia e DRC, encaminhado para acompanhamento cardiológico. Caracterizado controle inadequado da pressão arterial (PA) associado a efeito do avental branco e uso irregular da medicação por não se sentir bem quando a PA sistólica ficava < 150 mmHg. Com queixas de palpitação e dispneia limitante aos esforços habituais e receita contendo AAS 100 mg/dia, losartana potássica 100 mg/dia, succinato de metoprolol 100 mg/dia, furosemida 120 mg/dia, sinvastatina 40 mg/dia e cloridrato de verapamil 80 mg/dia. Creatinina sérica 3,8 mg/dL, TFGe 17,8 mL/min/1,73m². Foi priorizado o ajuste da terapêutica anti-hipertensiva de forma gradativa, com auxílio de medidas residenciais da PA, com manutenção da média < 140/90 mmHg, da seguinte forma: redução da dose de furosemida para 40 mg /dia, aumento do cloridrato de verapamil para 240 mg/dia e manutenção do succinato de metoprolol 100 mg, losartana potássica 100 mg/dia e AAS 100 mg ao dia. Tal ajuste culminou com a melhora da TFGe (20 mL/min/1,73 m²). Devido a ausência de terapêutica hipoglicemiante limitada pela DRC grau 4, a presença de microalbuminúria variando de 208,7 a 515,7 mg/g e a possibilidade de disponibilização via SUS, foi iniciada a dapagliflozina 10 mg/dia com monitorização mensal da creatinina. Em aproximadamente 90 dias houve melhora da TFGe (23 mL/min/1,73 m²).
CONCLUSÃO: A dapagliflozina pode ser segura, desde que haja adequada monitorização da função renal, em hipertensos, portadores de diabetes tipo 2 e síndrome metabólica, com DRC grau 4 e TFGe ≥ 20 ml/min/1,73 m². Portanto, há aparente necessidade de estudos adequadamente desenhados envolvendo pacientes com esse perfil.

Palavras Chave

Diabetes; Síndrome Metabólica; doença renal crônica

Área

FARMACOLOGIA CARDIOVASCULAR

Categoria

Iniciação Científica

Autores

KARYN MARIA WENGLAREK, EDUARDO NAVAS RODRIGUES, THAIS LIMA SILVA, MAYSA ORTOLANI MATERA, MAIZA PELLISSARI MIGLIORINI , GABRIEL SANTOS, JAQUELINE MEERT PARLOW, ISABELA HESS JUSTUS, FLAVIA CRISTINA COLMENERO, CRISANGELA CRISTIN CONSUL, GABRIEL HITO DOS SANTOS, MARIO CLAUDIO SOARES STURZENEKER