Dados do Trabalho
Título
HIPERALDOSTERONISMO PRIMÁRIO COMO CAUSA SUBJACENTE DE HIPERTENSÃO ARTERIAL SECUNDÁRIA - UM RELATO DE CASO
Resumo
Introdução
O hiperaldosteronismo primário (HAP) é a principal causa de hipertensão arterial (HA) secundária e pode ser observado em cerca de 10% dos hipertensos, embora subdiagnosticado. Pacientes com HA e hipocalemia ou com HA resistente ao tratamento devem ser investigados para HAP, por meio da relação entre aldosterona sérica e atividade plasmática de renina. O HAP manifesta-se principalmente como tumor adrenal primário ou hiperplasia adrenal bilateral. A causa do HAP direciona o tratamento, que visa prevenir a morbimortalidade ligada à HA, hipocalemia e aos danos associados à aldosterona.
Descrição do caso
Paciente sexo feminino, 26 anos, com diagnóstico de HA há 2 anos, em uso de losartana 100 mg e hidroclorotiazida 50 mg/dia, sem consulta regular, busca atendimento com cefaleia, náuseas e parestesia. Teve diagnóstico de dengue e urgência hipertensiva com pressão arterial (PA) 260x160 mmHg. Evoluiu com convulsão e oscilação de PA.
A tomografia de crânio não apresentou alterações. O eletrocardiograma evidenciou sobrecarga de ventrículo esquerdo (VE) e o ecocardiograma revelou disfunção diastólica grau II e hipertrofia do VE. O ultrassom de abdome, rins e vias urinárias com doppler de artérias renais não apresentou alteração. Exames séricos destacaram hipocalemia com níveis de potássio (K+) de 2,8 mEq/L. Já apresentou anteriormente episódios de hipocalemia assintomática.
Após altas doses de espironolactona e reposição de K+, obteve equilíbrio eletrolítico. Apresentou PA refratária ao tratamento, apesar do escalonamento da terapia anti-hipertensiva, chegando a dose diária de anlodipino 20 mg, espironolactona 100 mg, metildopa 750 mg, hidralazina 150 mg, indapamida 1,5 mg, losartana 100 mg.
A aldosterona foi dosada em 32,4 ng/dL e a atividade plasmática de renina foi 11,24 ng/mL/h, ambas elevadas, resultados possivelmente falseados pela não tolerância da paciente à suspensão da espironolactona, cursando com piora clínica e reinternação.
Conclusão
O caso é um exemplo real em jovem de HA secundária de difícil controle decorrente de HAP, associada à hipocalemia sintomática. Para definir a causa, é ideal realizar tomografia de adrenais e relação aldosterona/renina com preparo adequado, porém a intolerância da paciente se tornou fator limitante, tendo sido tratada como HAP, com boa resposta terapêutica.
O HAP pode causar lesões em órgãos-alvo e aumento da mortalidade, o que reforça a relevância de seu diagnóstico e tratamento precoce, especialmente em jovens.
Palavras Chave
Hipertensão; Hiperaldosteronismo; Hipopotassemia
Área
HIPERTENSÃO / DESNERVAÇÃO RENAL
Categoria
Iniciação Científica
Autores
JOANA MIRANDA MOURA , JOANA MIRANDA MOURA , MARCELA FRUET DIAS , MARCELA FRUET DIAS , MARCELO DE PAULA ALMEIDA, MARCELO DE PAULA ALMEIDA, VÍTOR CALDEIRA LEITE SILVA, VÍTOR CALDEIRA LEITE SILVA, GABRIEL HENRIQUE DE SOUZA ALVES GLÓRIA, GABRIEL HENRIQUE DE SOUZA ALVES GLÓRIA, VITOR HENRIQUE LAGES FERREIRA , VITOR HENRIQUE LAGES FERREIRA , MARIANA GUIMARÃES SOUZA DE OLIVEIRA , MARIANA GUIMARÃES SOUZA DE OLIVEIRA , ANA LUÍSA AYRES DELDUQUE, ANA LUÍSA AYRES DELDUQUE, ALINE BEZERRA DE MELO FILTER, ALINE BEZERRA DE MELO FILTER, ISABELLA OLIVEIRA DE REZENDE , ISABELLA OLIVEIRA DE REZENDE , THAIENE MARTINS MIRANDA SEVERINO , THAIENE MARTINS MIRANDA SEVERINO , ANA CLÁUDIA CAVALCANTE NOGUEIRA , ANA CLÁUDIA CAVALCANTE NOGUEIRA