Dados do Trabalho


Título

Análise do perfil clínico e epidemiológico de pacientes que morreram por arritmias após novas definições sobre eletrocardiograma.

Resumo

INTRODUÇÃO: O uso do eletrocardiograma (ECG) é bem estabelecido como exame de rotina para avaliação de pacientes sintomáticos e identificação precoce de doenças cardíacas, por se tratar de um método de baixo custo e rápida interpretação. Seu uso é particularmente relevante na investigação de causas graves de sintomas inespecíficos e frequentes na rotina cardiológica – como síncope e palpitações - sendo as arritmias um grupo importante de doenças a ser avaliado nesse contexto. As arritmias cardíacas caracterizam extrema gravidade principalmente por não manifestarem sinais e sintomas em muitos casos, compondo o fator crucial de morte súbita por ocorrências cardiovasculares no Brasil. Assim, é evidente a importância das novas definições da Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia a respeito da análise e emissão de laudos eletrocardiográficos de 2022. OBJETIVO: Analisar retrospectivamente os dados de óbitos decorrentes de arritmias nos períodos imediatamente anterior e posterior à publicação das Diretrizes Brasileiras de Eletrocardiografia. MÉTODOS: Estudo descritivo, retrospectivo e quantitativo a partir de dados secundários disponíveis no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde acerca dos óbitos decorrentes de arritmias cardíacas entre os anos de 2020 e 2022. As variáveis analisadas foram idade, sexo e raça, além do ano de acontecimento das mortes. RESULTADOS: Encontrou-se um total de 13.291 casos de óbitos por arritmias cardíacas no Brasil. No quesito faixa etária, as maiores taxas de óbitos se apresentaram no intervalo de idades acima de 80 anos, representando 49,1% dos casos. Quanto ao sexo, os maiores quantitativos foram encontrados entre as mulheres, representando 51,65% dos óbitos, enquanto em homens foi observado um percentual de 48,35%. Ao se analisar a cor/raça, pessoas brancas ocuparam o primeiro lugar com 60,35% dos casos, em seguida pardas (29,4%), pretas (7,66%), amarelas (0,74%) e indígenas (0,17%), além do público ignorado com 1,64%. O ano de 2021 foi o de maior taxa de mortalidade, com 4.726 casos (35,55%) e o ano de 2020 foi o de menor taxa, com 4.250 casos (31,97%). CONCLUSÃO: Os resultados sugerem uma mudança na perspectiva e na ocorrência dos óbitos por arritmias cardíacas no ano de 2022, possivelmente a partir da implementação das novas análises e emissões de laudos. Assim, nota-se a importância desta diretriz para a melhor interpretação do ECG e para a efetividade no cuidado.

Palavras Chave

Arritmias Cardíacas; Epidemiologia; Mortalidade.

Área

EPIDEMIOLOGIA E POLÍTICAS DE SAÚDE / SAÚDE GLOBAL

Categoria

Iniciação Científica

Autores

RICARDO ORMANES MASSOUD, ANA CLARA MIRANDA FURTADO, LUCAS SILVA CABEÇA, JOÃO CARLOS DO NASCIMENTO MARTINS, MARIA CLARA PIMENTEL BENZAQUEM DE OLIVEIRA, JORGE LUIS MOSCOSO PARAENSE, ANTÔNIA EVELYN ALBUQUERQUE COSTA, ISABELLA TAVARES MOURA, LUCIANNA SERFATY DE HOLANDA