Dados do Trabalho


Título

Disparidades Regionais na Mortalidade por Febre Reumática Aguda no Brasil: Análise de 2018 a 2022

Resumo

Introdução: A febre reumática aguda (FRA) é uma complicação de infecções estreptocócicas, com variações regionais em sua mortalidade no Brasil, possivelmente devido a diferenças socioeconômicas e de acesso à saúde. A escassez de estudos detalhados sobre a distribuição destes óbitos evidencia a necessidade de investigações aprofundadas.
Objetivo: Analisar e comparar o perfil epidemiológico dos óbitos por FRA entre as cinco regiões do Brasil de 2018 a 2022, identificando disparidades regionais.
Métodos: Estudo descritivo e retrospectivo utilizando as declarações de óbito do Sistema de Informações sobre Mortalidade. Foram analisadas variáveis sociodemográficas, local de ocorrência do óbito e prestação de assistência. Foi utilizado o software RStudio para coleta de dados e o SPSS para a análise estatística e apresentação dos resultados.
Resultados: Foram registrados 721 óbitos por FRA no Brasil. A região Nordeste mostrou um aumento constante na mortalidade, atingindo a taxa mais alta em 2021 (0,14 óbitos por cem mil habitantes), enquanto Norte e Sudeste tiveram flutuações menos marcadas. A maioria dos óbitos ocorreu em hospitais, com diferenças regionais significativas: 84,3% no Sudeste e apenas 66,7% no Norte e Sul. Além disso, a assistência médica foi mais frequentemente prestada no Sul (71,1% dos casos), contrastando com o Norte (55,6%). Em relação às variáveis demográficas, a região Norte se destacou com uma maior proporção de óbitos masculinos (60%), enquanto no restante do país predominaram os óbitos femininos. A faixa etária mais afetada foi de 30 a 60 anos, com variações regionais notáveis, como uma maior prevalência de óbitos entre idosos no Sul. A região Nordeste apresentou uma maioria de óbitos entre indivíduos pardos (61,3%), no Sul a maioria foram brancos (77,8%), além disso o Norte apresentou a maior incidência de indígenas (6,7%).
Conclusões: Ao comparar a mortalidade por febre reumática aguda (FRA) nas regiões brasileiras encontramos que a região Nordeste registrou as taxas mais elevadas, particularmente entre 2019 e 2021, período que foi impactado pela pandemia de Covid-19 e pela queda do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) no país. Esses fatores sugerem uma correlação entre localidade, condições socioeconômicas desfavoráveis e aumento da mortalidade por FRA. Dessa forma destaca-se a necessidade de políticas de saúde adaptadas regionalmente para enfrentar essas disparidades e melhorar o acesso e a qualidade do cuidado de saúde.

Palavras Chave

Perfil Epidemiológico; Febre Reumática; Disparidades em Assistência à Saúde

Arquivos

Área

EPIDEMIOLOGIA E POLÍTICAS DE SAÚDE / SAÚDE GLOBAL

Categoria

Iniciação Científica

Autores

GABRIEL FERNANDES SANTOS, GUILHERME BICHARA MARTINS, JESSICA ELLEN ARAÚJO DA SILVA, NATIELLY SILVA SANTOS, BRENO OLIVEIRA GOUVEIA, RUAN MAXWELLK PINTO DE ALENCAR, RENAN LEITE DE ALVES DE SOUZA , GUILHERME MIRANDA SIQUEIRA, ALEX SOUZA DE LIMA , LEANDRO FELIPE COSTA, MARIA LUÍSA SIEGLOCH BARROS, JOICELY MELO COSTA