Dados do Trabalho
Título
COMPARAÇÃO DO TRATAMENTO DE ENDOCARDITE INFECCIOSA EM PRÓTESE VALVAR NO BRASIL DE 2019 A 2023.
Resumo
Introdução: A endocardite infecciosa é caracterizada por uma inflamação do tecido endocárdico por ação de um agente bacteriano ou fúngico, cujo tratamento pode ser clínico ou cirúrgico. Pacientes com próteses valvares se tornam um grupo de alerta em relação à endocardite infecciosa, haja vista que podem desenvolver complicação pós-cirúrgica e apresentar uma taxa de mortalidade intra-hospitalar duas vezes maior, em comparação com a de outros pacientes. Objetivo: Comparar o tratamento de endocardite infecciosa em prótese valvar no Brasil, entre os anos de 2019 e 2023. Métodos: Estudo ecológico, retrospectivo e comparativo, referente ao tratamento de endocardite infecciosa em prótese valvar, que ocorreu nas regiões do Brasil nos últimos 5 anos, com dados coletadas no banco de dados do Sistema de Informações Hospitalares, do Departamento de Informática do SUS (SIH/DATASUS). As variáveis avaliadas foram: número de internações, média do custo por internação, média de permanência, caráter de atendimento e óbitos. Resultados: Identificou-se um total de 3.276 internações no Brasil durante o período estudado. Dessas internações, 88,9% (n=2.914) foram de caráter urgente e 11% (n=361) foram de caráter eletivo. As regiões com maior número de pacientes foram Sudeste e Nordeste, possuindo 1.457 (44,5%) e 785 (24%) procedimentos, respectivamente, enquanto que o menor número de internações ocorreu na região Norte, com 140 (4,3%) casos. A média de permanência geral obtida foi de 19,4 dias por paciente, sendo que a variação entre as médias regionais foi baixa, não ultrapassando 4 dias. Quanto ao custo médio, houve um valor de R$3.717,70 por paciente no intervalo analisado, apresentando um crescimento em 2023 (N=R$4.463,87), quando comparado a 2019 (N=3.285,77), de 35,85%. Em relação à mortalidade, foram encontrados 549 óbitos, refletindo uma taxa geral de 16,8%. Apesar de possuir menos internações, o Norte foi a região com maior mortalidade apresentada (18,57%). Conclusão: As internações registradas apresentaram-se majoritariamente como de urgência e o gasto médio por paciente, entre 2019 e 2023, sofreu aumento, que pode estar relacionado ao período da pandemia de Covid-19 e falta de insumos ou aumento de dias de internação. Houve disparidade regional, com maior incidência na região Sudeste e Nordeste. Observa-se, então, a importância de realizar um manejo eficaz do tratamento e promoção de estratégias de prevenção para reduzir números e período de internações e óbitos.
Palavras Chave
Endocardite; Epidemiologia; Internações.
Área
EPIDEMIOLOGIA E POLÍTICAS DE SAÚDE / SAÚDE GLOBAL
Categoria
Iniciação Científica
Autores
ALANA MESSIAS MARTINS, BEATRIZ DA CUNHA ALEXANDRE, CAUÃ LEAL DO ESPÍRITO SANTO, ÍRIS CARVALHO REGO, JULIANA DE SOUSA TAVARES, JULIANE CORREA E CORREA, MARIA LUIZA ZAMBELY SANTANA LIMA, VINÍCIUS SILVA LARA, DANGILLA RIBEIRO DOS SANTOS, GABRIEL CANTO BANDEIRA DE SOUSA, LUCAS QUARESMA MARTINS, DANILLO MONTEIRO PORFÍRIO