Dados do Trabalho

Título

A INFLUÊNCIA DO FENÓTIPO SANGUÍNEO NA SÍNDROME CORONARIANA AGUDA

Resumo

INTRODUÇÃO: As glicoproteínas expressas na superfície dos eritrócitos conferem características determinantes que influenciam na interação com os agentes celulares externos e internos. Isso confere uma classificação sanguínea, onde se destaca o sistema ABO, embora existam outros 37 sistemas de classificação. Desde o século XX, diversas pesquisas têm investigado a relação entre o tipo sanguíneo e uma variedade de doenças. Assim, devido a intrínseca interação entre as características sanguíneas e Síndrome Coronariana Aguda (SCA), a compreensão das influências genéticas e das doenças cardiovasculares se torna uma componente relevante do sistema cardiovascular, tornando sua análise um campo de estudo significativo.
OBJETIVO(S): Correlacionar a influência do sistema ABO sobre a SCA
MÉTODOS: Trata-se de uma revisão sistemática da literatura, buscando estabelecer uma relação entre o sistema sanguíneo ABO e a SCA. Foram incluídos artigos em língua inglesa publicados nos últimos cinco anos e disponibilizados na íntegra. Os descritores utilizados foram "sistema ABO" e "doença cardiovascular", aplicando o operador booleano AND na base de dados MEDLINE da BVS. Após aplicado os critérios de seleção, foram obtidos 101 artigos, que foram avaliados os títulos e resumos de forma independente por 3 pesquisadores. Assim, foi possível selecionar três que continham informações relevantes ao tema desta revisão. Com isso, foi analisado a prevalência de SCA em relação à tipagem sanguíneo ABO.
RESULTADOS: 67% dos estudos analisados eram randomizados e 33% eram estudos de coorte e com base nesses trabalhos foi estabelecido que o grupo não – O têm risco aumentado para eventos tromboembólicos 1,6x mais quando comparado ao grupo O. Todavia, quando se refere a SCA, o grupo sanguíneo O é o mais prevalente dentro do sistema ABO. Ademais, em uma análise quantitativa, os grupos sanguíneos A, B, AB e O aparecem em média com as seguintes porcentagens para os casos de SCA, respectivamente: 32,7%, 23,05%, 9,4% e 34,7%.
CONCLUSÕES: O paradoxo apresentado com relação aos fatores genéticos e as doenças cardiovasculares sugere que há uma relação complexa entre o tipo sanguíneo e a predisposição para a SCA, possivelmente relacionada a fatores de coagulação sanguínea. Portanto, são necessárias mais pesquisas para elucidar completamente os mecanismos subjacentes a essa associação e seu potencial impacto nas estratégias de prevenção da SCA.

Palavras Chave

Sistema ABO; doença cardiovascular; Prevalência