Dados do Trabalho

Título

CONDUTA TERAPÊUTICA DE UM LIPOMA PERICÁRDICO: RELATO DE CASO

Resumo

Introdução: tumores cardíacos primários são raros, representando 5-10% de todas as neoplasias cardíacas. Diversas neoplasias pericárdicas foram relatadas, incluindo lipomas. A maioria dos tumores cardíacos primários são benignos, com os lipomas representando 8,4%, ficando atrás apenas do cisto pericárdico. Os sintomas variam, sendo o derrame pericárdico um dos mais comum. Modernas técnicas de imagem têm melhorado o diagnóstico precoce. Relato de caso: uma mulher de 51 anos, com hipertensão arterial sistêmica, apresentou turvação visual bilateral. Exames revelaram um lipoma pericárdico. Após avaliação cuidadosa do Heart Team, optou-se por acompanhamento clínico devido à ausência de sintomas significativos. Exames subsequentes confirmaram a natureza benigna da lesão. Discussão: lipomas pericárdicos são benignos, geralmente assintomáticos, porém alguns podem apresentar derrames sintomáticos ou com sinais de tamponamento A alta sensibilidade dos exames de imagem como tomografia computadorizada e ressonância magnética (RM) em predizer o aspecto benigno de uma lesão pericárdica. Os achados tomográficos geralmente são diagnósticos, pois demonstram atenuação homogeneamente baixa sem componentes de realce. Uma cápsula pode ou não ser identificada. A RM pode ser útil devido à sua resolução de contraste superior, aparecendo como lesões sem realce hiperintensos na RM ponderada em T1 e de sinal intermediário a alto nas imagens ponderadas em T2. No contexto deste caso, a avaliação da necessidade de intervenção cirúrgica para a paciente foi guiada por uma cuidadosa consideração dos potenciais benefícios e riscos associados ao procedimento invasivo. Esta deliberação foi especialmente fundamentada nas características benignas da lesão, aliadas ao fato de a paciente, no momento da avaliação, apresentar poucos sintomas. Optou-se por estabelecer um protocolo de acompanhamento clínico periódico, com avaliações semestrais. Essa abordagem visa monitorar atentamente a paciente quanto ao surgimento de novos sintomas ou possíveis alterações no comportamento da lesão ao longo do tempo. Essa conduta visa monitorar qualquer mudança na lesão ao longo do tempo, enquanto mantém o risco-benefício da cirurgia em mente. Conclusões: apesar da raridade do caso, é perceptível a importância da discussão desse tema, visto que pode ser letal se não for conduzido da forma correta. No caso em questão, a paciente segue assintomática e sem novos achados nos exames de acompanhamento semestral.

Palavras Chave

LIPOMA VENTRICULAR ESQUERDO; CONDUTA; Pericárdio

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