Dados do Trabalho


Título

Desafio do Implante Valvar Trans Aórtico em paciente com aorta horizontalizada, valva bicuspidizada e espícula em

Resumo

INTRODUÇÃO: O Implante Valvar Trans Aórtico (TAVI) evoluiu muito na última década com o avanço no posicionamento de próteses (“cusp overlap” e “shallow implants”) e na tecnologia de válvulas (“saias de pericárdio”). Apesar disso, os hemodinamicistas ainda encontram dificuldade na TAVI devido à anatomia desfavorável: coração horizontal, aorta tortuosa e calcificações complexas valvar/trajeto, que podem causar potenciais complicações. OBJETIVO: Relatar um caso desafiador de TAVI com aorta horizontalizada, valva aórtica bicuspidizada com rafe projetando espícula em ”taco de hockey”. MATERIAIS E MÉTODOS: W.C.J. 75 anos masculino, com episódios de síncope e dispnéia aos esforços há 3 anos, encaminhado para TAVI com: ECG ritmo sinusal sem distúrbio de condução; Eco FE de 71%, Estenose aórtica grave calcificada (área 0,83cm2 e gradiente pico de 79mmHg); Angiotomografias com coronárias de boas alturas sem lesões obstrutivas, acessos favoráveis, importante “kinking“ na transição da aorta tóraco abdominal e ectasia da crossa aórtica promovendo uma angulação aórtica horizontalizada (84°) e valva bicuspidizada com rafe esquerda fundida conferindo espícula de cálcio em “taco de hockey” projetada para o seio esquerdo poupando a Via de Saída do Ventrículo Esquerdo (VSVE). Assim o Heart Team optou por técnica minimalista com sedação consciente, eco trans torácico, “rapid paccing” via corda guia; pré dilatação valvar e prótese balão expansível número 27,5mm (ânulo com área de 598.1 mm2 e perímetro de 89.3 mm) com liberação nominal, promovendo 6,8% de oversizing “ultra shallow” (100% aórtico 0% ventricular). Após o posicionamento da corda guia no VE, introdutor longo, cateter laço e "buddy wire" para vencer kinking aórtico, alcançado ângulo de ataque para implante confortável. Dessa forma a TAVI foi realizada sem intercorrências e o paciente liberado de alta hospitalar em menos de 48h. RESULTADOS/DISCUSSÃO: Um ângulo Aorto/VE de 48° ou mais define um coração horizontal. Pacientes com ângulo acima de 70° são mais desafiadores e foram originalmente excluídos dos ensaios clínicos de TAVI autoexpansível. Calcificações na VSVE conferem maior risco de leak paravalvar bem como ruptura de anel aórtico entretanto, a fusão rafe/espícula normalmente é sepultada pela cúspide junto ao corpo da prótese. CONCLUSÃO: O planejamento cuidadoso antevendo intercorrências, associado a escolha da prótese ideal para de cada paciente, são fundamentais para o sucesso da TAVI como no caso descrito.

Palavras Chave

Implante Valvar Trans Aórtico (TAVI); espícula em ”taco de hockey”; Angulação aórtica horizontalizada

Área

CARDIOLOGIA INTERVENCIONISTA

Categoria

Pesquisador

Autores

FREDERICO LOPES OLIVEIRA, AUGUSTO PIPOLO, ARTHUR PIPOLO, FLAVIO DE OLIVEIRA BORGES, ALLEX CAVALLINI MACCORIN, PAULO WERNER BICALHO NEGRI, ELISA BARROSO FRATTINI RAMOS, LIZZI NALDI RUIZ, UDELSON ALVES GEMHA