Dados do Trabalho


Título

RELAÇÃO DA RIGIDEZ AÓRTICA E GRAVIDADE DA DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA EM PACIENTES SUBMETIDOS A CATETERISMO CARDÍACO ELETIVO: ESTUDO TRANSVERSAL

Resumo

INTRODUÇÃO
A doença arterial coronária é uma das principais causas de morte no mundo. A cineangiocoronariografia é a técnica padrão-ouro para diagnosticar e determinar sua gravidade. Apenas um terço dos pacientes que realizam cineangiocoronariografia eletiva apresentaram lesões coronarianas obstrutivas. Ferramentas não invasivas que aumentem o rendimento da cineangiocoronariografia são necessárias. Nesse sentido, a rigidez arterial (especialmente a velocidade da onda de pulso (VOP)), tem se mostrado um marcador relevante na estratificação do risco cardiovascular. No entanto, a avaliação da VOP como preditora da presença e da gravidade das lesões coronárias é controversa.

OBJETIVO
Avaliar o papel da VOP como preditora da presença e da gravidade de lesões coronárias.

MÉTODOS
Estudo transversal com amostra consecutiva de adultos que realizaram cineangiocoronariografia eletiva entre abril e julho de 2023 em um centro privado de cardiologia. Parâmetros de rigidez arterial foram mensurados pelo método oscilométrico em técnica de medida tripla e calibração C2 pelo ARS Solver (DynaMAPA AOP, Cardios). A cineangiocoronariografia foi realizada e lesões foram quantificadas pelo escore Syntax. A precisão da velocidade da onda de pulso (VOP) em corretamente identificar doença arterial coronariana foi avaliada pela área sob a curva ROC (auROC), sendo considerado adequado uma auROC>0,7.

RESULTADOS
Foram avaliados 185 pacientes, 49 (26,5%) não apresentaram lesão e 136 (73,5%) apresentaram pelo menos uma lesão coronária. A média da VOP foi 10,2±2,2m/s na amostra. Pacientes sem lesões apresentaram VOP média de 9,6±2,2m/s, enquanto nos pacientes com lesão a média da VOP foi de 10,4±2,1m/s (p=0,03; teste t de Student). A correlação entre a gravidade das lesões e a VOP não foi significativa (p=0,3; teste de Spearman). A capacidade preditiva da VOP na predição da presença e gravidade da doença coronária não foi significativa (auROC 0,622; IC 95%: 0,531-0,713; p=0,011) (Figura 1).

CONCLUSÃO
Nesse estudo, observou-se uma VOP média mais elevada em pacientes com lesão coronária, comparativamente àqueles sem lesões na cineangiocoronariografia. Não houve, no entanto correlação significativa entre a gravidade das lesões e a VOP. De mesmo modo, não foi possível demonstramos uma auROC suficiente para considerar a VOP como marcador preditivo de doença coronária. Estudos com maior poder estatístico são necessários.

Palavras Chave

Rigidez arterial

Arquivos

Área

HIPERTENSÃO / DESNERVAÇÃO RENAL

Categoria

Pesquisador

Autores

CAMILLA PAYNES VARGAS BARIN, DIEGO CHEMELLO, ANDRESSA ILHA, ANIBAL PEREIRA ABELIN, RICARDO ALCANTARA BEHR, ARNOLDO AZEVDO DOS SANTOS, PATRICIA CHAGAS, ETIANE OLIVEIRA DE FREITAS