Dados do Trabalho


Título

Cardiotoxicidade secundária ao tratamento com inibidores de checkpoints imunes: uma revisão sistemática

Resumo

Introdução: Novas terapias oncológicas, como os Inibidores de Checkpoints Imunológicos (ICI) anti-PD-1, anti-PD-L1 e anti-CTLA4, têm revolucionado o tratamento do câncer, resultando em melhorias substanciais na sobrevida e na qualidade de vida dos pacientes. No entanto, observa-se a cardiotoxicidade como um efeito colateral emergente e significativo que, embora de baixa incidência, detém alta mortalidade. Os mecanismos subjacentes a essa adversidade e seus fatores de risco ainda estão sob estudos e são essenciais para posterior criação de diretrizes para diagnóstico e manejo precoces. Objetivo: Caracterizar as principais manifestações cardiotóxicas em relação aos ICI. Métodos: A busca dos artigos deu-se por meio das plataformas PubMed, Scielo, Scopus, Lilacs, Web of Science e Embase, sob os termos “imunoterapia” e “cardiotoxicidade”. Foi seguido o protocolo PRISMA e os critérios de inclusão foram recorte temporal 2000-2024, livre acesso online e pertinência ao tema. Foram excluídos estudos secundários e relatos/séries de casos. Resultados: Dos 2239 artigos encontrados, os 34 que atenderam à proposta associaram a cardiotoxicidade secundária ao uso de ICIs a pacientes do sexo masculino, maiores de 65 anos e com comorbidades e/ou eventos cardiovasculares prévios, como hipertensão arterial, dislipidemia, insuficiência cardíaca, infarto do miocárdio e cardiomiopatia não isquêmica. As principais indicações para ICI são melanoma, câncer de pulmão e carcinoma urotelial, com incidência de lesões cardíacas em <5% dos casos e após 30 dias do início da terapia, variando de sintomas subclínicos até arritmias fatais. Observou-se que o uso de anti-PD1 e anti-PD-L1, em relação ao de anti-CTLA4, apresenta risco muito maior para pericardite, arritmias e miocardite, sendo esta o efeito cardiotóxico de maior frequência e letalidade (cerca de 50% em 5 anos). Alguns estudos demonstram maiores morbidades cardíacas na terapia combinada em relação à monoterapia, enquanto outros negam diferenças relevantes. O aumento de troponina I, CK, CK-MB e NT-proBNP representa maior morbimortalidade e ecocardiograma com strain é crucial para diagnóstico precoce e acompanhamento pormenorizado da condição. Conclusão: A cardiotoxicidade associada aos ICI é uma preocupação relevante, devido à alta mortalidade. Deve-se avaliar riscos e benefícios e realizar acompanhamento preventivo com avaliação de biomarcadores e exames de imagem que permitam intervenções precoces e melhores prognósticos.

Palavras Chave

Cardiotoxicidade; imunoterapia; inibidor de checkpoint imunológico

Área

IMUNOTERAPIA E VACINA

Categoria

Iniciação Científica

Autores

MARIA EDUARDA NINOMIA TAIA, ANA CLARA NAME RIBEIRO BARBOSA, RODRIGO YNDLY BALDON, LEONARDO DA SILVA ALMEIDA