Dados do Trabalho


Título

Análise Multicêntrica da Apresentação Clínica de Pacientes com Infarto Agudo do Miocárdio: Dados do Registro ROAD

Resumo

INTRODUÇÃO
Cerca de 30% dos casos de Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) não apresentam dor torácica. No entanto, dados atuais sobre a identificação dos sintomas de acordo com o tipo de IAM e com a especialidade médica do profissional que realiza os primeiros atendimentos são limitados, especialmente na América Latina.

OBJETIVOS
Identificar, em um registro brasileiro, os tipos mais comuns de apresentação clínica entre pacientes com IAM de acordo com o tipo de infarto e com a especialidade do médico que realizou a avaliação no pronto-socorro.

MÉTODOS
Neste estudo observacional, duas fontes de informação foram analisadas: 1) Uma coorte retrospectiva de 2884 pacientes com IAM de 15 hospitais incluídos no registro ROAD, avaliados inicialmente por médicos emergencistas, e analisados de janeiro de 2014 a agosto de 2018; 2) Registro prospectivo de 718 pacientes com IAM avaliados na fase aguda por cardiologistas por meio de uma rede de telemedicina no período de setembro de 2018 a janeiro de 2020. Em ambos os grupos, os casos foram separados em IAM com Supredesnivelamento de ST (IAMCSST) ou IAM Sem Supradesnivelamento de ST (IAMSSST). As queixas iniciais foram caracterizadas em dor torácica (típica ou atípica), epigastralgia e ausência de dor torácica ou epigastralgia. Sintomas adicionais também foram adicionados. O teste qui-quadrado foi utilizado para comparação das variáveis, sendo considerado estatisticamente significativo um valor de p<0,05.

RESULTADOS
Dor torácica foi identificada em 60,3% de todos paciente, sendo que a prevalência de dor torácica típica foi 10% maior no IAMCSST do que no IAMSSST (66,5% vs 56,5%; p<0,01). No entanto, a presença de dor torácica ausente (dor epigástrica ou sem dor epigátrica e torácica) é 9,8% maior no IAMSSST do que no IAMCSST (14% vs 3,2%; p<0,01). O atendimento com o cardiologista associou-se à maior identificação de IAM sem dor torácica e epigástrica quando comparada à avaliação do médico emergencista (11% vs 3,2%; p<0,01). A maior mortalidade ocorreu entre os pacientes com IAMCSST e sem dor torácica (29,4%). Esse grupo representou 2.2% de todos os casos de IAMCSST sendo os sintomas mais comuns Mal-estar (41,2%) e sudorese (41,2%).

CONCLUSÕES
Nesse largo registro de uma população com IAM, casos sem dor torácica ou dor epigástrica foram menos frequentes do que relatado em estudos prévios. Esse grupo apresentou maior mortalidade e foi mais frequentemente identificado com o suporte do médico cardiologista pela telemedicina.

Palavras Chave

síndrome coronariana aguda; Sinais e Sintomas; Telemedicina

Arquivos

Área

CARDIOINTENSIVISMO / EMERGÊNCIAS CARDIOVASCULARES

Categoria

Iniciação Científica

Autores

LUAN VITOR AGUIAR CORREIA, MILENA DEL VALLE DE LACERDA, KAREN TEIXEIRA DIAS, MARIA CAROLINA XIMENES OLIVEIRA, RODRIGO BALADA, LUCAS SILVA MACEDO, RENATO DELASCIO LOPES, ALEXANDRE SOEIRO, PEDRO GABRIEL MELO BARROS E SILVA