Dados do Trabalho

Título

RELATO DE CASO: Cisto hemático intracardíaco em criança de 11 anos

Resumo

INTRODUÇÃO: Cistos hemáticos intracardíacos são massas cardíacas benignas raras, mais presentes em recém-nascidos, sendo os locais de maior acometimento valva mitral, tricúspide, átrio direito e valva aórtica, respectivamente. A incidência é de 0,07%. A maioria dos casos tem origem congênita, com regressão espontânea e evolução assintomática, sendo um achado incidental em exame de rotina ou encontrado em necrópsias. Embora menos frequente, podem ter origem após manipulação cirúrgica, pós trauma torácico fechado ou resultar de processo inflamatório endocárdico. Assim, achados tardios são ainda mais raros. Nesse relato, apresenta-se uma criança de onze anos com achado ecocardiográfico compatível com cisto hemático em valva mitral. RELATO DE CASO: Paciente, masculino, 11 anos, com história médica pregressa de toxoplasmose grave, choque séptico e ventilação mecânica prolongada com menos de um ano de vida. Atualmente, se apresenta assintomático, e realiza acompanhamento médico regular. Realizou ecocardiograma transesofágico com doppler colorido que apresentou imagem cística com paredes finas, halo hiperecogênico regular, com região central ecoluscente, medindo 13x9 mm, na face ventricular do folheto anterior da valva mitral (segmento A2), compatível com cisto hemático e regurgitação mitral de grau leve. Parâmetros de função sisto-diastólica normais em repouso. CONCLUSÃO: Detecção de cistos hemáticos intracardíacos em adolescentes ou adultos é muito rara, pois a maioria desses cistos regridem espontaneamente, principalmente, os de origem congênita. Quando persistem, os cistos hemáticos podem crescer e atingir tamanhos consideráveis, provocando sintomas no paciente, como dispneia e palpitações. Ademais, podem causar complicações graves ao paciente, como disfunção valvar ou obstrução da via de saída do ventrículo esquerdo. Não há consenso sobre o manejo ideal de cistos hemáticos, no entanto, tratamento conservador continua a ser a escolha preferencial para casos assintomáticos, ao passo que a ressecção cirúrgica é mais recomendada para pacientes com sintomas associado a disfunção valvar, obstrução de via de saída do ventrículo esquerdo, ou presença de eventos embólicos (raros). Ao ser realizado o diagnóstico de uma patologia rara como o cisto hemático em jovens adultos é importante monitorar a evolução do quadro para indicar intervenção caso ocorram complicações graves.

Palavras Chave

Doenças das Valvas Cardíacas; Cisto-hemático; valva mitral

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