Dados do Trabalho


Título

BENZNIDAZOL MELHORA A PRESSÃO ARTERIAL E RESTAURA O PERFIL ELÉTRICO EM CARDIOMIOPATIA HIPERTENSIVA EXPERIMENTAL INDUZIDA PELA INFUSÃO DE ANGIOTENSINA II

Resumo

Hipertensão arterial, fator de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, é uma das principais causas de mortes no mundo, com estimativa de 12% a 22% até 2050. Cardiomiopatia hipertensiva caracteriza-se por sobrecarga hemodinâmica devido a elevação crônica da pressão arterial (PA), podendo progredir para hipertrofia ventricular esquerda, associado a alteração na condução elétrica, como aumento da dispersão do intervalo QTc. Este é um indicador de mortalidade cardiovascular que prediz eventos adversos em pacientes hipertensos. Angiotensina II (Ang II), peptídeo do sistema renina angiotensina aldosterona, fisiologicamente atua na manutenção da PA por meio dos receptores AT1 (AT1R) e AT2 (AT2R). Contudo, em níveis elevados Ang II se liga à AT1R promovendo sobrecarga pressórica e ativando vias de sinalização que influenciam nos canais iônicos e, consequentemente, na eletrofisiologia cardíaca. Benznidazol (Bz), terapia tripanossomicida, em modelo de cardiomiopatia chagásica crônica experimental diminuiu inflamação e expressão de citocinas inflamatórias, melhorando o perfil elétrico com redução de números de flutter atrial e dispersão do intervalo QTc. Nosso objetivo foi estudar o efeito da terapia com Bz em modelo de cardiomiopatia experimental associada à sobrecarga pressórica induzida pela infusão de Ang II, na PA e nas alterações elétricas. O modelo foi estabelecido em camundongos C57BL/6 implantados com minibomba osmótica contendo Ang II ou salina (controle) por 28 dias. A infusão de Ang II aumentou a pressão arterial sistólica, diastólica e média (PAM) do 7º ao 28º dia, comparado ao grupo que recebeu infusão com salina (p< 0,001). Como esperado, a terapia com Los restaurou a pressão sistólica (PAS), diastólica (PAD) e PAM, semelhante ao grupo controle. Comparado ao grupo que recebeu Ang II tratado com veículo (Veh), a terapia com Bz diminuiu a PAM, PAS e PAD (p < 0,05). A infusão com Ang II aumentou a dispersão do intervalo QTc e prolongou o complexo QRS, comparado ao grupo controle. Por outro lado, a terapia com Bz melhorou o perfil elétrico cardíaco dos animais, restaurando o intervalo QTc, comparado ao grupo que recebeu Veh (p < 0,05). Nossos dados mostram que a infusão de Ang II promove sobrecarga pressórica e prolongamento da repolarização ventricular, e a terapia com Bz diminui a PA e a dispersão do intervalo QTc, sugerindo um efeito benéfico na PA e na condução elétrica em um modelo de cardiomiopatia hipertensiva.

Palavras Chave

Hipertensão Arterial; “Doenças cardiovasculares”; Pressão Arterial

Arquivos

Área

ATEROSCLEROSE / FATORES DE RISCO CARDIOVASCULARES / PREVENÇÃO CARDIOVASCULAR

Categoria

Jovem Pesquisador

Autores

ANA PAULA DA SILVA PINHEIRO, LEDA CASTAÑO BARRIOS, LUIZA DANTAS PEREIRA, DANIEL GIBALDI, JOSELI LANNES VIEIRA