Dados do Trabalho


Título

PREVALÊNCIA DE ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS ELETROCARDIOGRÁFICAS EM JOVENS FUTEBOLISTAS PROFISSIONAIS

Resumo

INTRODUÇÃO:O eletrocardiograma (ECG) de repouso pode diagnosticar doenças hereditárias, estruturais e/ou elétricas associadas a morte súbita em atletas. Existe uma necessidade crítica de educação médica na interpretação do ECG, visando distinguir cardiopatias de adaptações fisiológicas dos atletas.
OBJETIVOS:Descrever as principais características dos ECG dos atletas de um clube de futebol profissional do estado de São Paulo.
MÉTODOS:Estudo observacional prospectivo, realizado em 52 futebolistas profissionais masculinos, de 16 a 20 anos. Foram realizados ECG em todos os atletas e laudados por 4 cardiologistas, com base nos critérios internacionais de interpretação eletrocardiográfica em atletas de 2017.
RESULTADOS:Dos 52 atletas avaliados, 23 se declararam brancos (44%), 12 pardos (23%) e 17 pretos (32,6%). Todos submetidos ao mesmo padrão de treinamento, intercalando musculação e atividade em campo, totalizando cerca de 14 horas semanais. Encontramos 2 (3%) atletas com ritmo atrial ectópico e os demais em ritmo sinusal; 20 (38%) com bradicardia sinusal; 2 (3%) atletas com bloqueio atrioventricular de 1o grau; 4 atletas (7%) com desvio do eixo do QRS à direita; 6 (11,5%) com bloqueio incompleto do ramo direito. 1 atleta (1,9%) apresentou critérios de voltagem para sobrecarga ventricular direita. Em relação a sobrecarga do ventrículo esquerdo, foram analisados os critérios de Sokolov-Lyon (SL) e de Peguero-Lo-Presti (PLP):15 atletas (28,8%) apresentaram critérios de SL e 31 (59%) de PLP. 2 (3%) atletas pretos e 2 (3%) atletas pardos apresentaram inversão de onda T de V1 a V3; 1 atleta (1%) com onda T bifásica em V3 e 1 atleta (1%) com fragmentação de QRS na parede inferior (D2,D3 e AVF) e lateral (D1 e AVL). As variações da normalidade mais prevalentes nesta população foi a de repolarização ventricular precoce, encontrada em 84%, sendo a parede anterior a mais comum, seguida pela lateral e inferior.
CONCLUSÕES:Embora as referências internacionais demonstrem maior prevalência de alterações fisiológicas no ECG de atletas com carga de treino entre 4-8 horas por semana, nossa amostra não encontrou tais resultados mesmo com uma alta media de treino, 14 horas por semana. Acreditamos que essa diferença possa estar relacionada a faixa etária mais jovem e consequentemente menor relação idade/anos de treinamento.

Palavras Chave

ELETROCARDIOGRAMA NO ATLETA; REPOLARIZAÇÃO VENTRICULAR PRECOCE; CORAÇÃO DO ATLETA

Área

CARDIOLOGIA DO ESPORTE, EXERCÍCIO, ERGOMETRIA E REABILITAÇÃO CARDIOVASCULAR

Categoria

Jovem Pesquisador

Autores

LUIZ PAULO MENDES DOS SANTOS, ANA LUISA DE SOUZA CALDAS, CAMILA GARCIA PEREIRA, ALESSANDRA GEISLER DAUD LOPES, CAMILA CARVALHAIS COSTA, BRUNO BASSANEZE, RENIER SOARES PIRES, NABIL GHORAYEB, JOAO MANOEL THEOTONIO DOS SANTOS, PAULO DONIZETTI FORTE, AHMAD HASSAN AYOUB, FERNANDO FERNANDES