Dados do Trabalho

Título

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES OBESOS ACOMETIDOS POR TRANSTORNO DE CONDUÇÃO E ARRITMIAS CARDÍACAS NO BRASIL ENTRE OS ANOS DE 2014 A 2024

Resumo

Introdução: As altas prevalências da obesidade refletem uma condição pandêmica que acarreta custos médicos consideráveis. Nesse sentido, tal enfermidade tem sido associada a transtorno de condução e arritmias cardíacas, pois mecanismos metabólicos decorrentes do ganho de peso apresentam aumento da heterogeneidade de condução o que, consequentemente, os torna mais suscetíveis a morte súbita e arritmogenicidade. Objetivo: Descrever o perfil epidemiológico de pacientes obesos acometidos por transtorno condução e arritmias cardíacas por região no Brasil. Metodologia: Trata-se de um estudo ecológico descritivo, utilizando dados coletados do Sistema de Informação hospitalar (SIH), do DATASUS, dos quais foram analisados a perfil de internação de pacientes obesos acometidos por transtorno de condução e arritmias cardíacas no Brasil, no período de janeiro de 2014 a fevereiro de 2024. As variáveis analisadas foram: número de internações, sexo (masculino e feminino), cor/raça (Branca, preta, parda, amarela, indígena), regiões, taxa de mortalidade (calculada entre o número de óbitos em relação a população internada no período). Para o tratamento e análise exploratória dos dados utilizou-se o excel, os quais foram descritos em forma de frequência (%). Resultado: O estudo revelou um total de 538.771 internações. A incidência de arritmias aumenta com a idade, representando 69% do total de pessoas internadas com mais de 60 anos. Os homens são mais acometidos (52,6%) em comparação com mulheres (47,4%). A cor/raça mais acometida foi a da população branca (56%). As taxas de internações foram maiores na região sudeste (50,8%) e menores na região norte (5%). As regiões sul e sudeste apresentaram as maiores taxas de mortalidade, somando juntas cerca de 75,5 % dos óbitos. No estudo, o ano de 2023 apresentou os maiores índices de internações, ficando claro o aumento crescente de arritmias associado à obesidade. Conclusão: Os fatos apresentados revelam não apenas a gravidade do fenômeno analisado, mas também suas nuances regionais, destacando a necessidade de abordagens específicas e direcionadas para cada contexto. Os dados apontam para uma crescente preocupação, especialmente em face do aumento contínuo das internações ao longo dos anos, reforçando a importância de políticas de saúde pública voltadas para a prevenção e o tratamento da obesidade, visando não apenas a redução dos custos médicos, mas principalmente a promoção do bem-estar e da qualidade de vida da população.

Palavras Chave

Obesidade; TRANSTORNOS DE CONDUÇÃO; Perfil Epidemiológico