Dados do Trabalho


Título

Desafios na saúde cardiovascular infantil: uma análise de dados de mundo real

Resumo

Fundamento: Embora a atenção aos cuidados de saúde cardiovascular infantil muitas vezes seja negligenciada nas incorporações das tecnologias de saúde, elas concentram uma parcela expressiva de causas de mortalidade entre as crianças. A análise de indicadores se torna necessária para avaliar o desempenho dos centros de atendimento.
Objetivo: Analisar os indicadores de assistência cardiovascular pediátrica no Brasil.
Metodologia: Abordagem observacional retrospectiva descritiva baseada na análise de dados do Sistema Único de Saúde, de pacientes com até 17 anos, disponibilizados pelo painel iCardio (iats.com.br/icardio), no ano de 2019. Indicadores de serviços de Alta Complexidade Cardiovascular (ACC) analisados: número de internações pediátricas, valor médio gasto com internações, deslocamento médio para atendimento e mortalidade, quantidade de procedimentos e estabelecimentos.
Resultados: Foram realizados 13.057 procedimentos pediátricos de ACC, onde a cirurgia e a intervenção mais comuns para menores de 1 ano foram correção de persistência do canal arterial e angioplastia com implante de duplo stent em aorta/arteria pulmonar e ramos, entre 1 e 17 anos foram fechamento de comunicação interatrial e fechamento percutâneo do canal arterial/fístulas arteriovenosas com liberação de coils. Observa-se que os menores de 1 ano apresentaram maior mortalidade, maiores tempos de internação e internação em UTI, associados ao maior custo médio por internação, R$36.726. No que diz respeito ao acesso ao atendimento, os pacientes pediátricos, em média, percorrem 201,2 Km do município de origem até o município do centro de atendimento, valor 3 vezes superior à média geral, que é de 65,77 Km. Entre 558 centros que realizaram procedimentos de ACC, apenas 185 realizaram serviços pediátricos (33%). A maior parte desses estabelecimentos concentra-se nas regiões Sudeste, 75 (41%), Sul, 43 (23%) e Nordeste, 39 (21%) E as regiões Centro-Oeste e Norte contam com a menor quantidade de estabelecimentos, 15 (8%) e 13 (7%), respectivamente (Tabela 1). Conclusão: Os pacientes pediátricos necessitam se deslocar por longas distâncias para obter acesso à assistência avançada, havendo uma discrepância na distribuição regional no país dos centros de atendimento. As crianças menores de 1 ano são os que apresentam os desfechos menos favoráveis, onde existe poucos centros disponíveis.

Palavras Chave

Pediatria; dados de saúde coletados rotineiramente; indicadores de qualidade em assistência à saude

Arquivos

Área

CARDIOLOGIA CONGÊNITA E PEDIÁTRICA

Categoria

Jovem Pesquisador

Autores

LETÍCIA CUNHA PEREIRA DE SOUZA, THIAGO BRUSA DA COSTA LINN, RENATA AUGUSTA DE SOUZA AGUIAR, LUCIANA RODRIGUES DE LARA, MIRIAM ALLEIN ZAGO MARCOLINO, ANA PAULA BECK DA SILVA ETGES, CARISI ANNE POLANCZYK