Dados do Trabalho
Título
Análise da incidência de Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) até os 40 anos de idade por ano no Brasil, ao longo de 10 anos.
Resumo
Introdução:O infarto agudo do miocárdio (IAM) é uma das principais manifestações da doença arterial coronariana, representando um desafio significativo para a saúde pública. Embora sua incidência seja mais comum a partir da quinta década de vida, eventos como a pandemia de Covid-19 podem ter influenciado essa dinâmica.
Objetivo:Analisar a incidência e mortalidade do IAM em pacientes com menos de 40 anos antes, durante e após a pandemia em todo território nacional.Metodologia:Trata-se de estudo ecológico com dados do DATASUS, incluindo pacientes de até 40 anos diagnosticados com IAM. O período pré-pandemia foi de 2014 a 2019, o período de pandemia foi de 2020 a 2022, e o pós-pandemia foi em 2023. Foram coletados dados sobre internações, a média de dias de internação e óbitos. Para análise estatística, foi realizado o teste de Shapiro-Wilk para normalidade e análise de variância com teste de Friedman e post-hoc de Tukey. Um intervalo de confiança de 95% foi estabelecido.
Resultados:Observou-se crescimento do número de internações ao longo do tempo, o pós pandemia foi maior que o período pandêmico (+13%; p = 0,001) que por sua vez foi maior que o período pré-pandêmico (+31%; p = 0,001) O maior expoente desse crescimento foi o Estado de Goiás (+115,6%), assim como toda a região Centro Oeste (+76,7%). O tempo médio em dias de internações na pré-pandemia era de 7,9 dias, diminuindo para 7,4 dias durante o período pandêmico (-5,8% p = 0,003). Mesmo com essa redução, o estado de Roraima apresentou um aumento de 15,9 dias para 20,1 dias (+ 26,4%) nos mesmos períodos. Os óbitos aumentaram em média de 13,2 para 14,2 na pandemia (7%), sobretudo no Estado de Goiás (+53,8%), sem significância estatística (p = 0,9), retornando para 13,4 no pós-pandemia (p = 0,413).
Conclusões:Os resultados obtidos revelam um aumento significativo nas taxas de internação e uma redução no tempo médio de internação de pacientes com IAM abaixo dos 40 anos ao longo do período estudado no Brasil. Notavelmente, o estado de Roraima demonstrou um aumento no tempo médio de internações, contrastando com a tendência nacional. Apesar de não se observarem mudanças substanciais nas taxas de mortalidade, é importante ressaltar que esse aumento persistente nas internações pode estar associado a complicações intra-hospitalares e agravamento das sequelas decorrentes dos infartos. Estudos subsequentes são necessários para investigar essas complicações durante a pandemia.
Palavras Chave
Infarto Agudo do Miocárdio
Área
EPIDEMIOLOGIA E POLÍTICAS DE SAÚDE / SAÚDE GLOBAL
Categoria
Iniciação Científica
Autores
JOÃO PEDRO VASCONCELOS ANTONINO, GUSTAVO SILVA DE ARAÚJO, MARCOS ANDRÉ LIMA LINS, PABLO OLIVEIRA CORDEIRO, MARCO ANTÔNIO DE VIVO BARROS