Dados do Trabalho

Título

Avaliação do envolvimento do inflamassoma NLRP3 no controle da infecção e prognóstico da doença de Chagas

Resumo

INTRODUÇÃO: A doença de Chagas (dC) crônica possui notável importância para a saúde pública de Minas Gerais, cursando com elevada incidência, complexidades em relação à fisiopatologia e manejo clínico e pior prognóstico diante da Cardiopatia Chagásica Crônica (CCC). Acredita-se que o comprometimento miocárdico seja multifatorial, associando-se à lesão direta causada pelo parasito, qualidade da resposta imune, distúrbios da perfusão miocárdica e de inervação. Nesse sentido, a imunopatogênese da CCC é complexa e não completamente esclarecida, mas se tem que a ativação de receptores da imunidade inata é crucial para a iniciação da resposta imune contra patógenos. Em estudos experimentais de infecção pelo parasito T. cruzi em modelo murino, tem-se demonstrado que a ativação do inflamassoma NLRP3 exerce um importante papel protetor na infecção pelo parasito, mas pouco se tem investigado a respeito do envolvimento do NLRP3 nessa infecção em humanos e seu possível papel na redução da carga parasitária tecidual e controle do processo inflamatório associado à CCC. OBJETIVO: Avaliar o envolvimento do inflamassoma NLRP3 no controle da infecção e no prognóstico da CCC. MÉTODOS: Foram selecionados 47 indivíduos, sendo subdivididos em 3 grupos (controle, forma indeterminada e CCC) de acordo com as caracterizações clínica e propedêutica. A partir dessa estratificação, realizou-se a coleta de amostragens sanguíneas para a avaliação do perfil inflamatório expresso por esses indivíduos, com enfoque na caracterização da atividade do inflamassoma NLRP3, via citometria de fluxo, frente à infecção in vitro pelo T.cruzi. Acerca das análises estatísticas, utilizaram-se os testes "T Student” e "Mann Whitney”. Os dados analisados foram considerados estatisticamente significativos para valor de p<0,05. RESULTADOS: Os resultados obtidos indicam que pacientes com CCC possuem subpopulações de monócitos mais suscetíveis à infecção e proliferação intracelular de amastigotas de T. cruzi, relacionando-se à menor ativação do inflamassoma NLRP3 devido à baixa expressão da proteína ASC e das citocinas IL-18 e IL-1β. Em relação às subpopulações de linfócitos, o quadro de CCC se correlacionou ao aumento de linfócitos T CD8+ citotóxicos produtores de IL17, possivelmente associado à evidência de danos miocárdicos. CONCLUSÃO: A elucidação do papel desses receptores e seus mediadores na CCC possibilitará a realização de intervenções terapêuticas, de forma precoce, em pacientes chagásicos.

Palavras Chave

Doença de Chagas; cardiopatia chagásica crônica; Inflamassoma

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