Dados do Trabalho

Título

Terapia com células-tronco para cardiomiopatia dilatada: uma meta-análise.

Resumo

Introdução: O transplante de células-tronco (CT) pluripotentes mostrou ser uma alternativa para o tratamento de diversas patologias pelo seu potencial de recompor lesões teciduais. Essa nova abordagem torna-se importante em condições como a cardiomiopatia dilatada (CMD), devido ao alto risco da doença progredir para quadros de insuficiência cardíaca e morbidade importantes. Objetivo: Avaliar a segurança e eficácia do tratamento com CT para CMD em humanos. Metodologia: Trata-se de uma revisão sistemática com metanálise de ensaios clínicos randomizados, baseada no protocolo PRISMA. A estratégia de busca foi usada nas bases de dados do PubMed, BVS, Web of Science, CENTRAL e Embase, sendo incluídos ensaios clínicos randomizados que retrataram pacientes com CMD submetidos à terapia com CT. Os artigos selecionados foram incluídos para análise do risco de viés pela Rob2, passaram por extração das variáveis de cada estudo e metanálise dos dados, utilizando no agrupamento dos valores dicotômicos e contínuos expressos na razão de risco (RR) e os intervalos de confiança (IC) de 95% com modelo de efeitos randômicos. A heterogeneidade foi avaliada pelo teste qui-quadrado e medida pelo teste Q-cochran. Resultados: Foram incluídos 17 artigos para síntese qualitativa e quantitativa. Na análise do desfecho Major Adverse Cardiovascular Effects (MACEs), destacou-se uma menor incidência de eventos adversos no grupo tratado com CT em comparação ao grupo controle, com um RR de 0,73 (IC95% 0,57 a 0,93; p=0,010). Ao examinar a classificação da New York Heart Association (NYHA), notou-se uma acentuada melhoria no prognóstico dos pacientes submetidos ao tratamento com CT, refletida por um RR de -0,63 (IC95% -0,78 a -0,47; p<0,00001). Ademais, no teste de Caminhada de Seis Minutos, houve melhora na capacidade física do grupo tratado com CT, com um RR de 43,67 (IC95% 34,07 a 53,28; p<0,00001). Entretanto, os dados morfológicos da avaliação da fração de ejeção ventricular resultaram em conclusões incertas, pois, apesar de revelarem um efeito estatisticamente significativo após a análise de subgrupo (RR 2,76; IC95% 0,60 a 4,92), uma considerável heterogeneidade clínica foi identificada (I2=90% e p<0,00001). Conclusão: O uso de CT apresentou melhores desfechos cardiovasculares e funcionais que o placebo na CMD. Porém, os dados foram conflituosos em relação à fração de ejeção ventricular. Por isso, são necessários novos estudos em larga escala que avaliem a eficácia dessa alternativa.

Palavras Chave

insuficiência cardíaca; Meta-análise; Células-tronco.

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