Dados do Trabalho


Título

HIPERALDOSTERONISMO PRIMÁRIO: UM DESAFIO DIAGNÓSTICO NA HIPERTENSÃO ARTERIAL SECUNDÁRIA

Resumo

INTRODUÇÃO: O Hiperaldosteronismo Primário (HAP) é uma causa subdiagnosticada de hipertensão arterial (HA) secundária. A clássica apresentação clínica de HAP é HA e hipocalemia. As principais etiologias são o adenoma unilateral produtor de aldosterona ou micronódulos produtores de aldosterona (<10mm) e a Hiperplasia Adrenal Bilateral. Estudos mais atuais, em que o HAP foi detectado, inferem uma prevalência de 1-2% antes versus 5-10% após a propedêutica. DESCRIÇÃO DO CASO: DRNS, masculino, 38 anos, foi internado em 05/2023 de urgência com crise hipertensiva, dispneia progressiva, congestão pulmonar, hipocalemia e elevação de escórias nitrogenadas. Recebeu diagnóstico de Insuficiência Cardíaca com Fração de Ejeção Reduzida descompensada por hipervolemia, Insuficiência Renal Aguda, com indicação de hemodiálise diária e hipocalemia severa. Tinha diagnóstico prévio de HA negligenciada e uso de Anti-Inflamatórios Não Hormonais recorrentes devido à fraqueza e dores em membros inferiores. Irmã portadora de Diabetes Mellitus tipo 1. Laboratório: hemoglobina 11,4g/dl, cortisol 15,54 µg/dL , creatinina 4mg/dl, ureia 182mg/dl, potássio 2,9mEq/l, TSH 3,54, aldosterona plasmática 63,4ng/dL, atividade plasmática da renina 0,2ng/mL/h. Eletrocardiograma: sinais de sobrecarga de ventrículo esquerdo (VE) padrão STRAIN. Raio-X de tórax: cardiomegalia e congestão pulmonar. Ecocardiograma: aumento de câmeras esquerdas, fração de ejeção de VE 30%, hipertrofia de VE e disfunção sistólica acentuada. Ultrassonografia de abdome (AB): sinais de nefropatia parenquimatosa bilateral. Tomografia de AB com contraste: cisto renal esquerdo de 9mm. Ressonância Magnética de AB com duvidoso hiperrealce de 5mm na adrenal esquerda. Teste de supressão da aldosterona com fludrocortisona confirma elevação da aldosterona e renina baixa. Recebeu alta, melhorado, com anti-hipertensivos, Espironolatona, Levotiroxina e encaminhado ao ambulatório de Cardiologia, que afastou outras causas de HA secundária. Após discussão em sessão clínica, foi solicitado estudo de lateralização por cateterismo de veias adrenais. A equipe de Nefrologia o contraindicou por considerar um risco elevado de nova piora renal já que o mesmo apresentava melhora clínica, pressórica e não necessidade das sessões de hemodiálise. CONCLUSÕES: O HAP continua sendo uma causa subdiagnosticada de HA severa em jovens, apesar do risco de desfechos clínicos comprometedores como miocardiopatia dilatada grave e insuficiência renal dialítica.

Palavras Chave

Hipertensão arterial secundária; Hiperaldosteronismo Primário

Área

HIPERTENSÃO / DESNERVAÇÃO RENAL

Categoria

Iniciação Científica

Autores

HELINE DE MENDONÇA BEZERRA, HALANA DE MENDONÇA BEZERRA, ALINE BELLE MORAES GONÇALVES, INGRIDY MARIA OLIVEIRA FERREIRA, HELIO BEZERRA DA SILVA