Dados do Trabalho
Título
INCIDÊNCIA DE TROMBOS EM PACIENTES ENCAMINHADOS À ABLAÇÃO DE FLUTTER ATRIAL: DIAGNÓSTICO ATRAVÉS DE ECOCARDIOGRAMA TRANSESOFÁGICO PRÉ-PROCEDIMENTO
Resumo
Introdução:A ablação por cateter de radiofrequência é cada vez mais utilizada em pacientes com flutter atrial. Um risco associado à reversão da arritmia é a presença de trombo intracardíaco, que pode migrar e causar acidente vascular cerebral (AVC). Antes da ablação, o ecocardiograma transesofágico (ecoTE) é utilizado para identificar trombos em apêndice atrial esquerdo (AAE) que possam embolizar. Alguns dos fatores que predispõem os trombos em AAE são: pacientes do sexo feminino, a partir de 65 anos, com hipertensão (HAS), insuficiencia cardíaca (IC), AVC ou ataque isquemico transitório (AIT) prévio, diabetes mellitus e doença vascular prévia.Objetivos:Descrever a prevalência de trombos intracavitários, diagnosticados por ecoTE, bem como os fatores de risco associados, em pacientes encaminhados para ablação de flutter atrial.Métodos:Estudo observacional a partir da revisão dos laudos de todos os pacientes encaminhados à ablação de flutter atrial, entre 2018 e 2022, no Instituto de Cardiologia-Fundação Universitária de Cardiologia. Foram excluídos pacientes que não realizaram ecoTE por apresentarem ritmo sinusal no dia do procedimento.Resultados:Dentre os 411 casos, os trombos apareceram em 68 (16,54%). Desses, 43 (66,15%) tinham a partir de 65 anos e 33 (45,58%) eram mulheres. Quanto às comorbidades de risco, 40 (58,82%) pacientes apresentaram HAS, 21 (30,88%) eram diabéticos e 29 (42,64%) foram diagnosticados com IC. Além disso, 13 (19,11%) tiveram AVC ou AIT prévios e 17 (25%) registravam doença vascular prévia. Dos pacientes com trombo, 49 (72,05%) faziam uso de anticoagulante, sendo 26 (38,23%) com anticoagulante oral direto (DOACs) e 23 (33,82%) com varfarina. No grupo de 229 pacientes que estavam tomando DOAC, 26 deles (11,35%) desenvolveram trombo. Em contraste, dos 140 pacientes medicados com varfarina, 23 (16,42%) apresentaram trombo, sendo 1,92 o RNI médio, com um desvio padrão de 0,85.Conclusão: A prevalência de trombos no AEE em pacientes encaminhados para ablação de flutter atrial foi significativa. Os fatores de risco associados prevalentes foram a idade acima de 65 anos, a HAS e o sexo feminino. Mais de dois terços dos pacientes com trombo intracavitário estavam sob terapia anticoagulante, especialmente DOACs e Varfarina que apresentaram uma eficácia relativa apesar das ocorrências. Os dados destacam a necessidade do ecoTE, mesmo em pacientes anticoagulados, além de um rigoroso acompanhamento para reduzir o risco de eventos tromboembólicos.
Palavras Chave
Flutter Atria; Ablação por Radiofrequência; Ecocardiograma
Área
ARRITMIAS CARDÍACAS/ ELETROFISIOLOGIA/ ELETROCARDIOGRAFIA
Categoria
Iniciação Científica
Autores
LUISA ROHR SCHÄFER, THIAGO LUIZ LUZ LEIRIA, GUSTAVO GLOTZ DE LIMA, MARCELO LAPA KRUSE, SERGIO FERREIRA DE FERREIRA, PEDRO ROTTA DE FERREIRA , MARCO ANTÔNIO VINCIPROVA DALL’AGNESE, GIOVANA RECH