Dados do Trabalho
Título
TEMPO MÉDIO DE INTERNAÇÃO POR DOENÇAS CARDIOVASCULARES E DETERMINANTES SOCIODEMOGRÁFICOS: UMA ANÁLISE DE CORRELAÇÃO NO BRASIL ENTRE 2010 E 2022.
Resumo
Introdução: As doenças cardiovasculares (DCV) são a principal causa de morbimortalidade global, levando a altas taxas de internações e óbitos. Além dos hábitos de vida e comorbidades, há uma aparente relação entre piores condições socioeconômicas e o tempo médio de internação (TMI) por essas doenças. Objetivos: Analisar a tendência da variação do TMI por DCV e sua correlação com aspectos socioeconômicos no Brasil de 2010 a 2022. Metodologia: Estudo transversal e retrospectivo a partir de dados do Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS) disponíveis no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde por Unidade da Federação (UF) de 2010 a 2022 acerca do TMI por DCV. O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de cada UF foi extraído do site Atlas Brasil. Para análise estatística descritiva, utilizou-se medidas de frequência absoluta e relativa e os valores contínuos foram expressos em média ± desvio padrão. Procedeu-se, ainda, a avaliação da normalidade dos dados pelo teste de Shapiro-Wilk e a correlação do IDHM de 2022 com a variação percentual do TMI nas respectivas UF no período estudado pelo teste de Spearman com nível de significância inferior a 0,05. Resultados: De 2010 a 2022, observou-se maior TMI, em dias, por doenças do aparelho circulatório no Rio de Janeiro (10,3±1,26), seguido de Roraima (9,8±2,21). As UF com menor TMI foram Paraná (4,6±0,2) e Goiás (9,2±1,39). No período estudado, no país, o ano com maior TMI foi 2018 (7±1,46). Observou-se, ainda, maior TMI, em dias, no sexo masculino em relação ao feminino (7,0 vs 6,3), na raça preta (8,2) e na faixa etária menor de 1 ano (10,6). Constatou-se, ainda, maior TMI por outras doenças cerebrovasculares, seguido de doença reumática crônica do coração (16,9±4,88 e 12,5±0,57, respectivamente). Quanto à correlação com a variação do TMI por doenças do aparelho circulatório de 2010 a 2022, observou-se correlação inversa com o IDHM (r=-0,585; p=0,001) e com a renda per capita (r=-0,441; p=0,021) de 2022. Por regressão linear, observou-se que a adição de 0,01 ponto no IDHM reduziu cerca de 3,24 dias no TMI (R²=0,372; β=-324; p<0,001). Dentre as DCV analisadas, destacou-se a correlação entre a variação do TMI por arritmias e outros transtornos de condução, o IDHM (r=-0,669; R²=0,447; β=-730; p<0,001) e a renda per capita de 2022 (r=-0,469; p=0,014). Conclusões: Os indicadores socioeconômicos do país podem estar relacionados ao TMI por DCV, podendo o IDHM predizer parcialmente essas taxas.
Palavras Chave
Doenças Cardiovasculares; Aspectos socioemográficos; Epidemiologia
Área
EPIDEMIOLOGIA E POLÍTICAS DE SAÚDE / SAÚDE GLOBAL
Categoria
Iniciação Científica
Autores
THIAGO DE OLIVEIRA DOS SANTOS, LARISSA GABRIELLE DE ALMEIDA SOBRAL, LUCAS DE JESUS SILVA, SASKIA EVELLINE FREIRE SANTOS SENA, WEDSON SILVEIRA SANTOS, VINICIUS ALBUQUERQUE OLIVEIRA, RENATA VERAS MARRETA BARROS, FERNANDA LUIZA SOARES RAMOS, LAÉRCIO POL FACHIN, WALÉRIA DANTAS PEREIRA GUSMÃO