Dados do Trabalho
Título
Insuficiência Cardíaca associada a Esclerose Sistêmica: um relato de caso.
Resumo
Introdução: A Esclerose Sistêmica (ES) é uma doença reumática crônica, sistêmica e imunomediada, associada à disfunção vascular da pele e de órgãos internos e à fibrose. Complicações cardíacas dessa patologia são umas das principais causas de mortalidade, com prevalência até 35%, acarretando disfunção sistólica e diastólica, isquemia microvascular e fibrose do miocárdio. Apresentamos um caso de uma paciente com Insuficiência Cardíaca (IC) derivada de uma ES.
Descrição do Caso: Paciente, 52 anos, feminino, com Hipertensão Arterial Sistêmica, Diabetes Mellitus tipo 2, Doença Arterial Coronariana triarterial com cirurgia de revascularização, Doença Arterial Obstrutiva Periférica, aguardando arteriografía, internada por IC descompensada perfil B. Apresentou-se inicialmente com edema periférico, ascite e desconforto respiratório. Foram iniciadas furosemida, tridil, ventilação não invasiva e paracentese de alívio com boa tolerância. O ecocardiograma (ECO) de 31/07/2023 demonstrou FEVE de 26%, hipertrofia excêntrica, aumento de ambas as câmaras, hipocinesia difusa, refluxo mitral e tricúspide importantes, derrame pericárdico moderado e trombo no ápice do Ventrículo Esquerdo. Após tratamento, a paciente teve melhora clínica e foi transferida para a enfermaria em boas condições hemodinâmicas e respiratórias. Em 09/08, estável em enfermaria, apresentou derrame pleural bilateral, atelectasia e ascite, ECO evidenciou disfunção sistólica e diastólica, insuficiência valvar e derrame pericárdico moderado. Em consulta com reumatologista, por fenômeno de Raynaud, telangiectasias e vasculopatia em membros, foram solicitados ressonância magnética cardíaca, arteriografia, TCAR de tórax e exames laboratoriais para investigar possível ES. Em 06/10 houve piora da dor em MMSS, refratária a tramadol, cianose até fossas cubitais e livedo em abdome e membros inferiores, foi iniciada dobutamina. Foi orientado imunossupressão com micofenolato para miocardite secundária à ES. Após início de Micofenolato e prednisona, no dia 01/11, paciente teve alta, estável hemodinamicamente, com boa diurese, perfusão periférica e ventilação em ar ambiente.
Conclusão: O manejo da IC associada à ES exige estratégias de rastreio que giram em torno da ressonância magnética cardíaca, que tem sido apontada como de grande utilidade para identificação precoce, e de imunossupressores, usados para conter a inflamação miocárdica derivada da ES.
Palavras Chave
esclerose sistêmica; insuficiência cardíaca; Miocardite
Área
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA / CARDIOMIOPATIA/ TRANSPLANTE
Categoria
Iniciação Científica
Autores
BEATRIZ RODRIGUES SANTOS, CAMILLY CHRISTINE LIMA FERREIRA, ISADORA MARIA COELHO QUEIROZ, JOÃO MACEDO COELHO NETO, JOÃO PEDRO TEIXEIRA BENTES MONTEIRO , THAYANE RÊGO DANTAS, ANE KAROLINE MEDINA NERI