Dados do Trabalho
Título
Relato de caso acerca de abscesso esplênico por embolia séptica secundária à endocardite: a importância da profilaxia antibacteriana em pacientes com valvopatia moderada.
Resumo
INTRODUÇÃO:
Com uma taxa de mortalidade altamente variável entre diferentes regiões (8 a 40%), a Endocardite Infecciosa (EI) é um verdadeiro desafio diagnóstico, terapêutico e na elaboração de grandes ensaios clínicos. Ainda questiona-se sobre estratificadores de risco e medidas profiláticas realmente eficazes que possam diminuir as elevadas taxas de morbimortalidade. Descreve-se a seguir um caso de embolia séptica secundária à EI e a importância da profilaxia antibiótica em pacientes com valvopatia moderada.
RELATO DE CASO:
Paciente masculino, 79 anos, hipertenso e diabético. Buscou atendimento devido a quadro de inapetência e fraqueza. Refere internações prévias pelos mesmos sintomas e realização de colonoscopia há um mês. Exame físico: Sopro holossistólico em foco aórtico e dor à palpação abdominal.Laboratoriais com leucocitose e plaquetopenia; ECO evidenciando estenose aórtica severa, insuficiência aórtica moderada e presença de vegetação. Apontando para o diagnóstico de EI. Foi iniciado tratamento empírico com gentamicina e vancomicina. A hemocultura foi positiva para enterococcus faecalis. Paciente evoluiu com piora da dor, anemia e leucocitose em ascensão. Angiotomografia mostrou abscesso esplênico secundário à embolia séptica. . Optou-se pela esplenectomia com plano de realizar, posteriormente, valvoplastia aórtica, considerando a ausência de resposta clínica satisfatória do paciente. A esplenectomia transcorreu com sangramento transoperatório de grande volume. Paciente já em protocolo de sepse, manteve-se instável hemodinamicamente, dependente de vasopressores e evoluiu a óbito após alguns dias.
CONCLUSÃO:
Apesar dos escassos estudos voltados à profilaxia da EI, a Sociedade Brasileira de Cardiologia recomenda considerar tais medidas profiláticas em pacientes de alto risco que serão submetidos à procedimentos gastrointestinais e dentários. Alguns estudos demonstraram que restrições ás indicações de profilaxia antibiótica da EI, evoluíram com aumento significativo da sua incidência e complicações.. O caso descrito indaga sobre a necessidade da criação de protocolos voltados à profilaxia antibiótica em pacientes com valvopatia em procedimentos com possibilidade de disseminação hematogênica. No caso do relato, a colonoscopia somada à valvopatia aórtica podem ter sido os determinantes de tal acontecimento e a profilaxia adequada para endocardite poderia mudar o curso do paciente
Palavras Chave
Endocardite infeciosa; Profilaxia antibiótica;
Arquivos
Área
PERICÁRDIO / ENDOCÁRDIO / VALVOPATIAS
Categoria
Iniciação Científica
Autores
JERONIMO DOTTA GRASSELI, AMANDA CORTES MOLON, CATARINA GALAFASSI, TÚLIO ZORTÉA, RAFAEL MASSUTI, MARCELO SABEDOTTI