Dados do Trabalho


Título

PERFIL DA MORTALIDADE PREMATURA NO NORDESTE BRASILEIRO POR DOENÇAS ISQUÊMICAS: UM ESTUDO ECOLÓGICO

Resumo

INTRODUÇÃO: Doenças cardiovasculares são a maior causa de óbitos desde a década de 60, sendo as doenças isquêmicas do coração uma das principais etiologias. Logo, a alta mortalidade revela a necessidade da análise temporal do número de óbitos, em especial em indivíduos entre 30 a 69 anos, considerada uma morte precoce, para a promoção de seu enfrentamento. OBJETIVOS: Analisar o perfil da mortalidade precoce por doenças isquêmicas no Nordeste no período entre 2019 e 2023. METODOLOGIA: Estudo descritivo quantitativo, do tipo série-temporal, com avaliação retrospectiva de dados extraídos, no mês de abril de 2024, do Sistema de Informação sobre Mortalidade e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Variáveis analisadas foram: região, sexo, raça e grupo etário. Como os dados estão disponíveis para domínio público, não houve a necessidade de apreciação do Comitê de Ética em Pesquisa. RESULTADOS: Nos últimos cinco anos, a região Nordeste totalizou 64.531 mortes precoces por doenças isquêmicas, sendo a segunda região com maior número de mortes, com 25% do total (258.105). A taxa de mortalidade por cem mil habitantes da região em 2022 era de 24,45. Identificou-se uma redução de 5,8% (780) nos óbitos no ano de 2023 em relação à 2022. Os estados da Bahia e de Pernambuco apresentam os maiores números absolutos de mortes, com 13.575 (21%) e 12.421 (19,2%) respectivamente. Quando analisadas as taxas de mortalidade por cem mil habitantes em 2022, destacaram-se Rio Grande do Norte e Alagoas, com 35,39 e 33,02. A causa mais frequente foi o infarto agudo do miocárdio com 86,8% (56.024), seguido de doenças isquêmicas crônicas do coração com 10,1% (6.526), na qual doenças ateroscleróticas abrangem 49,9% (3.259). O perfil mais afetado era de homens com 65,5% (42.276), pardos com 66%(42.628) com idades de 50 a 69 anos 81,4% (52.580). CONCLUSÃO: A análise da mortalidade prematura por doenças isquêmicas revelou a alta prevalência dessas patologias na população nordestina, evidenciando a necessidade de maiores investimentos em políticas públicas voltadas para as disparidades de saúde regionais e para população em geral, com foco no perfil mais suscetível identificado no estudo. Fica clara a importância de intervenções principalmente associadas com os fatores modificáveis, a exemplo da hipertensão, dislipidemia, diabetes, tabagismo, entre outros, já que as doenças isquêmicas, muitas vezes, podem ser prevenidas por mudanças de estilo de vida e tratamentos farmacológicos.

Palavras Chave

Doenças Isquêmicas; Mortalidade precoce; Saúde Pública

Área

EPIDEMIOLOGIA E POLÍTICAS DE SAÚDE / SAÚDE GLOBAL

Categoria

Iniciação Científica

Autores

HENRIQUE OLIVEIRA CARVALHO, MYRELLA TAVARES RODRIGUES, LUCAS DOS SANTOS LUNA, LARISSA ALVES LIMA, ANA LUIZA MACIEL RODRIGUES, FRANCISCO CARLEIAL FEIJO DE SÁ