Dados do Trabalho


Título

Realce Tardio de Gadolínio em Ressonância Magnética Cardíaca e Hiperaldosteronismo Primário: Diferenciando da Cardiomiopatia Hipertrófica - Um Relato de Caso

Resumo

Introdução: A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é o principal fator de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares (DCV), sendo estas a primeira causa de morte e morbidade ao redor do globo, inclusive no Brasil. A HAS pode ser primária e secundária. Das causas secundárias, há o Hiperaldosteronismo Primário (HP), em que ocorre aumento da produção da aldosterona, queda da atividade plasmática da renina e, por consequência, aumento dos níveis pressóricos. A incidência aproximada de HP na população de hipertensos é de 12%7, sendo a hiperplasia adrenal cortical bilateral a causa mais frequente (50-60%), enquanto os adenomas produtores de aldosterona (APA) são responsáveis por 40% dos casos7. Apesar de a Ressonância Magnética Cardíaca (RMC) não fazer parte dos exames diagnósticos usuais de HP, ela apresenta potencial valor na detecção de alterações miocárdicas decorrentes desta condição. Relato de Caso: Homem, 58 anos, tabagista e hipertenso, com quadro de HAS severa, fraqueza muscular generalizada e hipocalemia grave (K 1,8mEq/L). Deu-se início à investigação de HAS Secundária, sendo cortisol sérico e função tiroideana em níveis normais, enquanto níveis séricos de aldosteronae da atividade plasmática de renina encontravam-se alterados. À tomografia computadorizada de abdome, identificado nódulo em adrenal direita de 1,8cm, compatível com adenoma. Ao Ecocardiograma Transtorácico (ECO), função biventricular preservada, em cenário de hipertrofia miocárdica ventricular esquerda e discreta dilatação da raiz da aorta. Ainda que rara, a associação entre cardiomiopatia hipertrófica com HP pode ocorrer. A RMC reforçou tais achados do ECO, porém na ausência de aumento assimétrico da massa miocárdica e com focos de realce tardio (RT) mesocárdico e transmural em ventrículo esquerdo, padrão de RT que pode se relacionar com HP. Por fim, realizou-se angiotomografia coronariana, sendo descartada ateromatose significativa. O paciente foi submetido à adrenalectomia, sendo confirmado o diagnóstico patológico de adenoma. Discussão: Sempre que possível, é fundamental utilizar a multimodalidade dos métodos diagnósticos para direcionar a hipótese primariamente estabelecida. Em casos como este, em que a etiologia de uma cardiomiopatia não está definida, a RMC tem desempenhado relevante papel ao diferenciar padrões de RT entre as mais diversas doenças, também assumindo crucial papel na decisão de intervenções terapêuticas e acompanhamento prognóstico dos pacientes.

Palavras Chave

hiperparatireoidismo primário; hipertrofia; RESSONÂNCIA MAGNÉTICA

Arquivos

Área

INSUFICIÊNCIA CARDÍACA / CARDIOMIOPATIA/ TRANSPLANTE

Categoria

Jovem Pesquisador

Autores

FLAVIA RENNÓ TROIANI, VINÍCIUS SANTIAGO DE LIMA, OTÁVIO AUGUSTO DE OLIVEIRA, BIANCA DIAS RANGEL FARIA, NEIVA ANGELINA BOLONHIN BELTRAO, ALANA OSTERNO MOREIRA LINHARES