Dados do Trabalho


Título

MELHORA DE FUNÇÃO CRONOTRÓPICA E ENDOTELIAL DE UMA PACIENTE PORTADORA DO GENE LMNA COM TRANSPLANTE CARDÍACO APÓS TREINAMENTO FÍSICO REGULAR EM UM SERVIÇO DE REABILITAÇÃO CARDÍACA

Resumo

Introdução: As mutações no gene LMNA geram anormalidades musculares, as quais estão presentes em até 30% dos casos de insuficiência cardíaca (IC) associada a transtornos de condução. A opção terapêutica final para o tratamento da IC é o transplante cardíaco (TC), sendo, os programas de reabilitação cardiovascular (PRCV), parte da terapia de paciente pós-TC. O presente relato visa descrever a repercussão positivas que a reabilitação cardíaca causa na qualidade de vida e no controle autonômico cardíaco num paciente pós-TC. Resultados: Paciente feminina, 36 anos, previamente hígida. Iniciou investigação clínica devido a elevação da pressão arterial, realizando ecocardiograma transtorácico (ECO) que revelou disfunção do ventrículo esquerdo e fração de ejeção (FE) de 51%, iniciando o uso de Ramipril ️ e Bisoprolol. Houve gradual piora da função cardiopulmonar, evoluindo para quadro de IC NYHA II. Após 5 anos, houve exacerbação clínica, evoluindo para NYHA IV. Iniciou uso de Furosemida e Sacubitril/valsartana. Permaneceu clinicamente estável por dois anos, até que após infecção por SARS-COV 2, houve piora da IC evidenciado por FE de 20%, em ECO. Após, ocorreu episódio de taquiarritmia, necessitando de cardioversão e implantação de balão intra-aórtico no contexto intra-hospitalar. Necessitando de TC, o qual ocorreu sem complicações e demonstrou por biópsia mutação no gene LMNA. Iniciou terapia medicamentosa padrão e ingressou num PRCV, que favoreceram a melhora da função cardiopulmonar e responsividade do sistema nervoso autônomo, evidente pelo resultado de ergospirometrias subsequentes e pela melhora clínica retirada. Na admissão no PRCV, exame cardiopulmonar evidenciou FC basal de 98 bpm, 126 bpm no pico do esforço e, na recuperação após um minuto da cessação do esforço, 129 bpm. Enquanto em exame realizado após um ano de PRCV apresentava uma FC basal de 91 bpm, 162 bpm no pico do esforço e na recuperação após um minuto da cessação do esforço apresentou 136 bpm. O conjunto de tratamentos acarretaram progressão de NYHA IV para NYHA I. Conclusão: A mutação do gene LMNA foi o fator motor para o quadro de IC e necessidade de TC. O ingresso num PRCV, como parte da terapia, favoreceu a melhora clínica e da qualidade de vida da paciente, exibida por exame complementar e NYHA. Apontando que o treinamento físico melhora a disfunção endotelial e controle nervoso autônomo do sistema cardiovascular, impactando positivamente no condicionamento cardíaco e físico no pós-TC.

Palavras Chave

Reabilitação cardíaca; Transplante de Coração; variabilidade da frequencia cardíaca.

Área

CARDIOLOGIA DO ESPORTE, EXERCÍCIO, ERGOMETRIA E REABILITAÇÃO CARDIOVASCULAR

Categoria

Iniciação Científica

Autores

AMANDA CORTES MOLON, VITOR LAMB BUENO, GABRIEL LOPES AMORIM, OLGA SERGUEEVNA TAIROVA