Dados do Trabalho

Título

PARADAS CARDIORRESPIRATÓRIAS EM UNIDADES CLÍNICAS NÃO MONITORADAS DE UM HOSPITAL TERCIÁRIO BRASILEIRO

Resumo

Introdução: A parada cardiorrespiratória intra-hospitalar (PCRIH) representa 45% de todos os casos de parada cardiorrespiratória (PCR). Cerca de metade destas ocorrem em enfermarias não monitoradas, representando altas taxas de mortalidade. Objetivo: Analisar o perfil epidemiológico, fatores de risco e desfecho clínico dos pacientes que sofreram PCR em unidades não monitoradas de um hospital terciário brasileiro. Métodos: Trata-se de uma coorte retrospectiva, observacional e analítica, abrangendo pacientes que sofreram PCRIH em enfermarias não monitoradas no período de janeiro de 2020 à agosto de 2023. Os dados foram analisados pelo software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), incluindo análise descritiva e aplicação do Teste exato de Fisher considerando valores de p<0,05. Nestes, foi realizada análise de resíduos ajustados considerando valores >1,96 e o cálculo de Odds Ratio (OR), considerando valores menores ou maiores que 1. Resultados: Foram incluídos 73 pacientes, com média de idade de 67,5 anos, sendo 50,7% destes masculinos e 94,5% brancos. Considerando a história clínica pregressa, 72,2% dos indivíduos eram hipertensos e 44,4% diabéticos. O ritmo cardíaco mais incidente foi a assistolia, representando 60,5% dos casos. No que tange ao desfecho, 67,1% dos pacientes evoluíram para óbito imediato, 24,7% para óbito após recuperação da circulação espontânea e 8,2% foram recuperados. PCR no período noturno representou risco 3 vezes maior para evolução ao óbito imediato (OR=3,2), assim como tempo de reanimação cardiopulmonar (RCP) entre 20-40 minutos (OR=3,8). PCR no período matutino (OR=0,51) e RCP menor ou igual a 5 minutos (OR=0,04) demonstraram relação com recuperação clínica. Conclusão: Há predominância do evento em pacientes brancos, acima de 60 anos, sem predileção por sexo e maior incidência de ritmo cardíaco em assistolia. Foram encontrados altos índices de mortalidade, associado principalmente a fatores de risco como PCR em período noturno e longa duração da RCP.

Palavras Chave

Parada Cardiorrespiratória; Enfermarias; Reanimação Cardiopulmonar