Dados do Trabalho


Título

Avaliação do risco cardiovascular do paciente diabético no Mutirão do Diabetes de Itabuna

Resumo

Introdução. O Diabetes Mellitus (DM) tipo 2 confere um aumento aproximado de 2 vezes no risco de doença cardiovascular (DCV), equivalente ao de um infarto do miocárdio prévio no qual, a elevação do risco de DCV inicia-se no estágio de pré-diabetes em associação com resistência à insulina e tolerância diminuída à glicose. Objetivo. Descrever o perfil cardiovascular do paciente diabético. Metodologia. Trata-se de um estudo transversal, no qual foram avaliados dados de 116 pacientes de um evento de educação e rastreamento de complicações do DM, que ocorre anualmente em Itabuna-BA, contando com trabalho voluntário de médicos e outros profissionais. Desse dados, foram utilizados para análise do perfil cardiovascular (CV): entrevista clínica para rastreio de sintomáticos (para precordialgia e/ou dispneia), medida da pressão arterial, exames laboratoriais e eletrocardiograma (ECG). Após a realização dos dados supracitados, avaliou-se o risco cardiovascular (utilizando a escala de Framingham), classificação de angina (com a escala da Canadian Cardiovascular Society), avaliação de dispneia (através da escala da New York Heart Association). Resultados. Dos 116 pacientes, 09 (7,8%) afirmaram ter precordialgia típica, 10 (8,6%) atípica e 96 (82,8%) não ter precordialgia. Em relação a angina, 02 (1,7%) tiveram angina classe 1, 05 (4,3%) classe 2, 02 (1,7%) classe 3 e 106 (91,4%) relataram não ter angina. Em relação a dispneia, 91 (78,4%) afirmaram não sentir, entretanto dos que afirmavam apresentar 04 apresentaram (3,4%) classe 1, 09 (7,8%) classe 2, 11 (9,5%) classe 3, não tendo pacientes classificados como classe 4. Acerca do ECG, 99 (85,44%) foram submetidas ao exame, sendo que 49 (42,2%) apresentaram alteração. A alteração da repolarização foi a mais comum encontrada em 29 (59,18%) pacientes, e o local do coração mais acometido, a região inferior em 13 (26,53%). A mediana do Framingham foi de 10,50% e o Intervalo Interquartil (IIQ) = 11. Quando se observa a diferença entre os gêneros, no feminino, a mediana foi de 8% e o IIQ = 7, e no masculino, a mediana foi 12% e o IIQ = 10. Conclusão. O estudo revelou uma alta prevalência de sintomas CV, como precordialgia e dispneia, em pacientes com DM, indicando um risco significativo de complicações. As alterações no ECG e as diferenças de risco CV entre os gêneros destacam a necessidade de monitoramento e intervenção precoce com programas educativos e preventivos para reduzir o impacto da DCV nessa população vulnerável.

Palavras Chave

Diabetes Mellitus Tipo 2; Perfil cardiovascular; Complicações cardiovasculares

Área

ATEROSCLEROSE / FATORES DE RISCO CARDIOVASCULARES / PREVENÇÃO CARDIOVASCULAR

Categoria

Pesquisador

Autores

ANA PAULA SCHER BARRETO LEAL, NATHAN SANTOS BARBOZA, MARIA LUIZA VIEIRA SOUSA, RAUL DIAS FITERMAN, MARIA LOUISE OLIVEIRA SANTOS, RAFAEL ERNANE ANDRADE, FERNANDO KORN MALERBI