Dados do Trabalho


Título

Papel do Heart Team na condução do Choque Cardiogênico e Infarto Agudo do Miocárdio

Resumo

INTRODUÇÃO:
IAMCSSST evoluindo com choque cardiogênico apresenta elevada morbimortalidade. Reperfusão precoce é pilar crucial. Apresentamos dilemas do dia-a-dia do cardiointensivista e o importante papel do Heart Team (HT).

RELATO DE CASO:
Paciente masculino, 51 anos, com histórico de HAS, DM, ex-tabagista, atendido com quadro de IAMCSSST de parede anterior, trombolisado, com evolução inicial em Killip I. Transferido para cateterismo cardíaco (CATE), e identificada doença coronariana multiarterial, com acometimento do tronco de coronária esquerda (TCE) grave distal e descendente anterior (DA) grave proximal com placa ulcerada, e disfunção moderada do ventrículo esquerdo (VE), tendo então perspectiva de abordagem cirúrgica. No entanto, um dia após o CATE, paciente apresenta edema agudo de pulmão cardiogênico e delirium, evoluindo com sinais de baixo débito cardíaco e hipoperfusão tecidual (Killip IV). Ecocardiograma (ECO) descartou complicações mecânicas. Iniciado inotrópico e rediscutido estratégia de revascularização, tendo em vista evolução em curso de choque cardiogênico estágio C (‘’clássico’’). Em HT, decidiu-se por tratamento da lesão culpada (TCE + DA). Realizada complexa angioplastia com sucesso, com uso de balão intra-aórtico (BIA) para suporte circulatório mecânico. Apresentou importante resposta inflamatória (SIRS), taquicardia sinusal, vasoplegia, com necessidade de associar vasopressores. Nos dias subsequentes, houve desmame gradual do suporte, sendo retirado o BIA cinco dias após. Introduziu-se vasodilatadores orais e betabloqueador. ECO de controle demonstrou melhora da função do VE. Paciente recebeu alta, mantendo seguimento ambulatorial.

DISCUSSÃO:
Decisão terapêutica inicial foi cirurgia de revascularização miocárdica, contudo a grande área isquêmica em sofrimento do VE e choque tornaram urgente o procedimento. Dada a presença de dupla antiagregação plaquetária e deterioração clínica, foi decidido pelo procedimento percutâneo, em uma anatomia complexa e de riscos maiores. Focou-se no tratamento do território culpado pela isquemia aguda, pilar essencial para a reversão do quadro de choque, além do destaque da terapia de suporte com inotrópico, BIA e vasopressores. Ressalta-se que a vasoplegia pode prejudicar o funcionamento do BIA, necessitando de expertise na sua manipulação e interpretação das curvas. A atuação decisiva do HT contribuiu para o desfecho favorável.

Palavras Chave

infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento de segmento ST; balão intra-aórtico; choque cardiogênico

Área

CARDIOINTENSIVISMO / EMERGÊNCIAS CARDIOVASCULARES

Categoria

Pesquisador

Autores

BRUNO GARCIA , MARIANNA LUZ, LUCAS BORGES, BERNARDO FAISCA , ARNALDO COUTINHO, RODRIGO CARDOSO, MARCIO MONTENEGRO , PATRICIA ALMEIDA, ALINE STERQUE