Dados do Trabalho


Título

Revascularização cirúrgica, percutânea ou terapia clínica: qual melhor tratamento para mulheres com doença cardíaca isquêmica? Avaliação de isquemia miocárdica à ecocardiografia sob estresse físico

Resumo

Introdução: As doenças cardiovasculares representam a principal causa de morte em mulheres em todo o mundo, sendo a primeira delas a doença cardíaca isquêmica (DCI). A DCI apresenta comportamento atípico no público feminino, relativo a fatores de risco, fisiopatologia, apresentação clínica, diagnóstico, prognóstico e tratamento. As evidências atuais relacionadas às diretrizes sobre a escolha das modalidades terapêuticas na DCI são compostas predominantemente de homens, enquanto os poucos estudos com mulheres divergem quanto à melhor opção.

Objetivo: Estudar isquemia miocárdica em mulheres com histórico de intervenção coronária percutânea com implante de stent (ICPIS) em relação àquelas que foram submetidas à cirurgia de revascularização do miocárdio (CRM) ou permaneceram com tratamento clínico à ecocardiografia sob estresse físico (EEF).

Métodos: Estudo transversal composto por 507 mulheres submetidas à EEF, de 2001 a 2023. Dividiram-se três grupos: G1 - formado por 217 (42,8%) indivíduos que realizaram ICPIS; G2 - composto por 171 (33,7%) pacientes com relato de CRM; e G3 - constituído por 119 (23,5%) pessoas que fizeram angioplastia, porém não implantaram stent e não foram submetidas à CRM, logo estavam em uso de terapia medicamentosa. A comparação entre os grupos foi feita mediante Teste Qui-quadrado de Pearson, o qual foi utilizado também para avaliar as variáveis categóricas. Foram considerados significativos os valores de p < 0,05.

Resultados: Foi observada associação pelo Teste Qui-quadrado independente entre os tipos de intervenções para DCI e presença de isquemia à EEF [X² (6) = 21,021; p=0,002]. G1 apresentou frequência inferior de isquemia em relação aos outros grupos (10,1%), seguido do G2 (13,5%) e G3 (16%). Não se verificou diferenças estatisticamente significativas entre os grupos relacionadas à idade, hipertensão, dislipidemia, diabetes e antecedentes familiares (p> 0,05). No entanto, houve associação entre sintomas prévios (p=0,019) e infarto antigo (p = 0,03) e os grupos, G1 apresentou maior frequência de pacientes assintomáticas e com infarto antigo.

Conclusões: Mulheres submetidas à ICPIS prévia apresentaram menor presença de isquemia miocárdica, enquanto aquelas em terapia medicamentosa apresentavam mais resultados isquêmicos positivos à EEF. Observou-se ainda que as mulheres submetidas a implante de stent eram em sua maioria assintomáticas e com história mais antiga de infarto agudo do miocárdio.

Palavras Chave

Síndrome Coronariana crônica; Mulher; Ecocardiografia sob Estresse Físico.

Arquivos

Área

CARDIOLOGIA DA MULHER

Categoria

Iniciação Científica

Autores

LAÍS DIONE VITOR SANTOS ARAÚJO, JOSELINA LUZIA MENEZES OLIVEIRA, ANTONIO CARLOS SOBRAL SOUSA, ENALDO VIEIRA DE MELO, STEPHANIE MACEDO ANDRADE, GABRIEL OLIVEIRA DE ARIMATÉA, DANIELLE CARVALHO DO CARMO, ANA BEATRIZ SEIXAS OLIVEIRA, IANA CARINE MACHADO BISPO, IRLANEIDE DA SILVA TAVARES