Dados do Trabalho


Título

RELAÇÃO ENTRE A MORBILETALIDADE HOSPITALAR, MÉDIA DE PERMANÊNCIA E VALOR MÉDIO DAS INTERNAÇÕES POR INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO NAS 5 PRINCIPAIS CAPITAIS DO BRASIL, NA ÚLTIMA DÉCADA

Resumo

INTRODUÇÃO: O Infarto Agudo do Miocárdio é caracterizado pela necrose do tecido cardíaco devido a obstruções coronarianas, sendo uma das principais causas de morte no Brasil. Sua etiologia é multifatorial, ligada a hábitos de vida, e o diagnóstico é realizado através de eletrocardiograma e marcadores sorológicos.

OBJETIVO: Comparar a relação entre a morbiletalidade, média de permanência e valor médio das internações por Infarto Agudo do Miocárdio nas 5 capitais mais populosas do Brasil, sendo, respectivamente: São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Brasília (BSB), Fortaleza (FOR) e Salvador (SSA), na última década.

MÉTODOS: Estudo epidemiológico, ecológico, retrospectivo e descritivo, com dados do SIH/DATASUS, no período de 2014 a 2023. A análise comparativa, com uso do Excel, considerou o número de internamentos, média de permanência hospitalar, óbitos e valor médio das internações.

RESULTADOS: Dos 197.108 internamentos, SP obteve 51,02% dos casos, seguida pelo RJ (15,42%); FOR (12,72%); SSA (11,11%) e BSB (9,73%). Todas as capitais tiveram um crescimento estatisticamente significativo (p<0,05) no número de casos, com taxas de crescimento anual variando de 5,28% em FOR (R²=0,6) à 9,45% em SSA (R²=0,9). O tempo médio de permanência, em dias, foi de 12,7 no RJ, seguido por 10,4 (BSB); 9,4 (SP); 8,9 (SSA) e 7,8 (FOR). Quanto ao valor médio gasto por internamento, SSA desembolsou R$5.470,39, investindo mais do que FOR (R$4.884,01); SP (R$4.347,04); RJ (R$4.068,95) e BSB (R$3.652,16). No total, houve 17.765 óbitos, com letalidade de 11,3 (FOR); 11,2 (RJ); 8,8 (SP); 7,1 (SSA) e 5,7 (BSB) para cada 100 internamentos.

CONCLUSÃO: Evidenciou-se uma tendência de crescimento no número de internamentos por Infarto Agudo do Miocárdio em todas as capitais estudadas. SSA e FOR foram as capitais com os maiores investimentos e com os menores tempos de permanência, mas foram opostas na taxa de letalidade. Assim, pela liderança na letalidade, a aplicação dos recursos em FOR parece ser pior, sugerindo uma conversão ineficiente dos investimentos em prevenção de mortalidade. O RJ, que possui o maior tempo médio de permanência, registrou um dos menores gastos e a segunda maior letalidade, o que pode apontar para carência de recursos. Conforme esperado, BSB, que registrou menos hospitalizações, teve a menor letalidade, diferente de SP, que, embora tenha tido o maior número de internamentos, conquistou a terceira menor letalidade, o que pode indicar melhores estratégias terapêuticas.

Palavras Chave

Morbiletalidade; Infarto Agudo do Miocárdio; Capitais Brasileiras

Arquivos

Área

EPIDEMIOLOGIA E POLÍTICAS DE SAÚDE / SAÚDE GLOBAL

Categoria

Iniciação Científica

Autores

MARCOS VINÍCIUS LOBO MILHOR, ADRIANA PACHECO REIS DE SOUZA, LETÍCIA LIMA COSTA, SARAH LUZ SANTOS