Dados do Trabalho


Título

Síndrome Coronariana Aguda de alto risco em paciente jovem com suboclusão de artéria descendente anterior tipo IV (ADA envolvente).

Resumo

Introdução: A artéria descendente anterior (ADA) tem origem no tronco da coronária esquerda e percorre todo o sulco interventricular anterior emitindo os ramos septais e diagonais que irrigam as paredes anterior, septal e lateral do ventrículo esquerdo (VE). As variações em seu comprimento e, consequentemente, no território irrigado por este vaso permitem classificar a ADA em quatro tipos: tipo I – ADA não atinge o ápice cardíaco; tipo II – ADA e artéria coronária direita irrigam o ápice; tipo III – ADA irriga todo o ápice; tipo IV ou “envolvente”– ADA irriga o ápice e mais que 25% da parede inferior do VE (septo interventricular posterior).

Relato de Caso: Paciente de 35 anos, masculino, sem antecedentes cardiovasculares prévios, iniciou quadro de angina progressiva típica, de forte intensidade, e foi atendido em Pronto Socorro. Ao exame físico, o paciente apresentava-se estável hemodinamicamente, sem congestão pulmonar, sem arritmias ou sopros. Eletrocardiograma (ECG) inicial sem alterações. Visto paciente jovem, sem fatores de risco clássicos para coronariopatia, mas com clínica típica, foi optado por investigação com angiotomografia de coronárias. Identificado doença arterial coronariana uniarterial com presença de estenose importante em segmento proximal de ADA tipo IV (que irrigava toda a porção posterior do septo interventricular). O paciente evoluiu com recorrência da dor precordial em repouso e um novo ECG evidenciou alteração dinâmica do segmento ST e onda T. Foi realizada cinecoronariografia que confirmou os achados da angiotomografia. Após isso, foi submetido à intervenção coronária percutânea com implante de stents em bifurcação entre a ADA e o ramo circunflexo da artéria coronária esquerda com sucesso, sem intercorrências. Paciente apresentou boa evolução 1 ano após o evento inicial.

Conclusão: As anomalias coronarianas podem evoluir de forma assintomática e serem diagnosticadas acidentalmente apenas em exames de necropsia. Entretanto, podem resultar em isquemia miocárdica e manifestar-se sob a forma de angina, arritmias, síncope, infarto ou mesmo morte súbita que, geralmente, é precipitada por exercício físico vigoroso. No caso aqui apresentado, salientamos a particularidade de raro envolvimento aterotrombótico de ADA proximal tipo IV em um paciente muito jovem, sem fatores de risco classicamente associados a aterosclerose, submetido à estratificação adequada, a despeito do ECG e enzimas iniciais não sugestivos de alto risco.

Palavras Chave

Artéria descendente anterior; síndrome coronariana aguda;

Área

DOENÇA CORONÁRIA AGUDA E CRÔNICA / TROMBÓLISE

Categoria

Iniciação Científica

Autores

DIOGO HENRIQUE DE MELO CRUVINEL, MARIANA SILVA DAMASCENO, LUANNA FERNANDA DE OLIVEIRA, VINÍCIUS DIAS SIMÕES, JOÃO LUCAS O'CONNELL