Dados do Trabalho

Título

INTERNAMENTOS POR INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES NO BRASIL: UM ESTUDO ECOLÓGICO DOS ÚLTIMOS 5 ANOS

Resumo

INTRODUÇÃO: O Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) na população infantojuvenil é uma condição incomum, sendo associada, principalmente, a causas congênitas e a Doença de Kawasaki. Embora infrequente, esse evento pode estar associado a desfechos negativos, como o desenvolvimento da Insuficiência Cardíaca. Assim, uma compreensão abrangente de sua epidemiologia é essencial para aprimorar as estratégias de prevenção, diagnóstico e tratamento. OBJETIVO: Analisar o perfil das internações de crianças e adolescentes com Infarto Agudo do Miocárdio no Brasil, no decurso de 2019 a 2023. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo quantitativo, transversal e descritivo sobre as internações por IAM (CID-10 I21) no Brasil, durante o decurso de 2019 a 2023, com avaliação retrospectiva de dados fornecidos pelo Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS), coletados em abril de 2024, utilizando as variáveis: CID-10, regiões, faixa etária, sexo e óbitos. Por se tratar de dados disponíveis para domínio público, não houve a necessidade de apreciação do Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos. RESULTADOS: Durante os anos de 2019 a 2023 no Brasil, foram registradas 1.511 internações por IAM em crianças e adolescentes, com uma média de 302,2 casos/ano. Ao analisar os dados processados por ano, 2019 totalizou 266 internamentos pediátricos por IAM, com o decréscimo de 24,81% no ano subsequente (n=200 casos). Já em 2021, notou-se um aumento de 39% (n=278) em relação ao ano anterior, com aumento progressisvo em 2022 de 38% (n=385) e discreto decréscimo de 0,78% no ano de 2023 (n=382). Em relação às regiões, o Sudeste apresentou a maior incidência, com 41,36% (n=623) e o Sul totalizou a região com menos internações (9% / n=136). Dentre as faixas etárias estudadas, notou-se que a incidência de internações por IAM se comportou de forma bimodal no público avaliado, com adolescentes entre 15 e 19 anos representando 41,03% (n=620) e crianças menores de 1 ano de idade com 38,58% (n=583). Quanto à mortalidade, o país apresentou 79 óbitos, representando uma taxa de mortalidade de 5,22% em relação ao total de internamentos. CONCLUSÃO: Este estudo contribuiu com a percepção dos internamentos por IAM em pacientes pediátricos, tendo como principal limitação a potencial subnotificação de casos. Assim, considera-se importante a realização de estudos complementares, com objetivo de fornecer um melhor parâmetro epidemiológico e etiológico do IAM em crianças.

Palavras Chave

Epidemiologia; Infarto Agudo do Miocárdio; Pediatria