Dados do Trabalho

Título

INTERNAÇÕES POR FEBRE REUMÁTICA AGUDA NA REGIÃO NORDESTE: UM ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DO PERÍODO DE 2019 A 2023

Resumo

INTRODUÇÃO: A Febre Reumática Aguda (FRA) é uma complicação inflamatória não supurativa da infecção por Streptococcus pyogenes. É caracterizada por reação de hipersensibilidade mediada por autoanticorpos, podendo levar acometimento cardíaco, articular, cutâneo e neurológico. Frente ao potencial de sequelas da febre reumática, uma compreensão abrangente de sua epidemiologia é essencial para aprimorar as estratégias de prevenção, diagnóstico e tratamento. OBJETIVO: Caracterizar as internações por febre reumática aguda na Região Nordeste do Brasil no decurso de janeiro de 2019 a dezembro de 2023. MÉTODOS: Trata-se de um estudo epidemiológico de caráter observacional, transversal e descritivo, com abordagem quantitativa, sobre as internações de por febre reumática aguda (FRA) no período de 2019 a 2024. A pesquisa foi realizada por meio de dados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS), utilizando as variáveis: região, CID-10, internações, óbitos, faixa etária, sexo, unidade da federação e período de atendimento. RESULTADOS: No intervalo de 2019 a 2023, a Região Nordeste registrou um total de 2.365 internamentos por febre reumática aguda (FRA), o que equivale a 32,27% do total do país. Essa métrica foi igualmente distribuída entre os sexos (M=44,36% - F=55,64%), sendo mais frequente na faixa etária de 10 a 14 anos de idade (n=323 - 13,66%). O Nordeste destacou-se como a segunda região que mais realizou essas internações, antecedida apenas pela Região Sudeste (n=2.592 - 35,37%). No período avaliado, Pernambuco foi o estado com maior destaque, com 30,11% do total (n=712), seguido por Maranhão (n=469 - 19,83%) e Bahia (n=381 - 16,11%). Ainda, cerca de 3,81% das internações evoluíram para óbito (n=90). Percebeu-se uma redução no total de internações no ano de 2020, com um decréscimo de 43,40% em relação ao ano anterior. Tal tendência, no entanto, representa a queda dos registros epidemiológicos no período da pandemia da COVID-19. CONCLUSÃO: Este estudo possibilitou a avaliação dos internamentos por febre reumática aguda no nordeste brasileiro, tendo como principal limitação a potencial subnotificação de casos. As características dessas internações sinalizam não apenas a necessidade de melhora dos registros epidemiológicos, como também a urgência de aperfeiçoamento no diagnóstico e tratamento das infecções por Streptococcus pyogenes.

Palavras Chave

Epidemiologia; Febre reumática aguda; Internações.