Dados do Trabalho


Título

INDICADORES DE CIRURGIA DE REVASCULARIZAÇÃO DO MIOCÁRDIO NO SUS: UMA ANÁLISE ATRAVÉS DO PAINEL INTERATIVO iCARDIO

Resumo

FUNDAMENTO: A cirurgia de revascularização do miocárdio (CRM), um procedimento fundamental no tratamento da Doença Arterial Coronariana (DAC). No Brasil, a variabilidade regional no acesso à saúde torna imprescindível a avaliação dos indicadores de qualidade e de acesso ao procedimento.
OBJETIVO: Análise comparativa entre regiões dos indicadores clínicos, assistenciais e de custos vinculados à CRM eletiva no Sistema Público de Saúde brasileiro.
METODOLOGIA: Estudo retrospectivo descritivo observacional, baseado em dados de 2019 de pacientes submetidos à CRM eletiva no Sistema Único de Saúde disponibilizados no painel iCardio (iats.com.br/icardio). Foram avaliados os indicadores tempo médio de internação (TMI), custo médio por internação (CMI), reinternação e mortalidade até 30 dias pós-alta e deslocamento médio entre residência e centro de atendimento, categorizados por região.
RESULTADOS: Em 2019, foram realizadas 9.701 CRM eletivas em 9.615 pacientes. A maior parte dos pacientes estão no Sudeste (4.648; 48,3%), seguido da região Nordeste (2.477; 25,7%), Sul (1.629; 16,9%), Norte (457; 4,7%) e Centro-Oeste (404; 4,2%). O TMI foi de 15,86 dias, destacando-se a região Norte com 26,39 dias. Regiões Sul, Nordeste e Centro-Oeste tiveram TMI abaixo da média nacional. Norte teve CMI de R$15.253,72, com Sudeste e Centro-Oeste registrando menores valores (R$12.696,57 e R$12.892,45). Reinternação foi maior no Sul (12%) e menor no Nordeste (8,2%), com média nacional de 9,75%. Mortalidade média até 30 dias após alta foi de 7,38%, com Centro-Oeste e Norte apresentando percentuais maiores (14,11% e 10,94%), Sul com 9,02%, e Nordeste e Sudeste abaixo da média (5,49% e 6,88%). Deslocamento médio por atendimento foi equivalente a 71Km, com Sudeste registrando o menor (34,2Km) e Centro-Oeste o maior (130Km), seguido pelo Nordeste (115,8Km). O Sul e Norte tiveram deslocamentos médios próximos à média nacional (88,37Km e 88,59Km).
CONCLUSÃO: A avaliação dos indicadores mostra uma disparidade regional na eficácia das CRM, sinalizando a necessidade de aprimoramentos estratégicos para combater as inequidades no atendimento de pacientes com DAC no Brasil. O entendimento do desempenho dos procedimentos auxilia na escolha do tratamento cirúrgico, levando em conta o risco individual de cada paciente.

Palavras Chave

Cirurgia cardiovascular; dados de saúde coletados rotineiramente; Políticas de Cuidados em Saúde

Área

EPIDEMIOLOGIA E POLÍTICAS DE SAÚDE / SAÚDE GLOBAL

Categoria

Iniciação Científica

Autores

WANDERSON MAIA DA SILVA, LUANA SILVA CRUZ, JERRY EDUARDO DE ALMEIDA DE BAIROS, RENATA AUGUSTA DE SOUZA AGUIAR, LUCIANA RODRIGUES DE LARA, YOHAN CASIRAGHI, MIRIAM ALLEIN ZAGO MARCOLINO, ANA PAULA BECK DA SILVA ETGES, CARISI ANNE POLANCZYK