Dados do Trabalho
Título
Há consenso quanto à duração da terapia medicamentosa em pacientes com recuperação da função ventricular na cardiomiopatia periparto? uma revisão sistemática
Resumo
INTRODUÇÃO: A Miocardiopatia Periparto (MPP) é uma apresentação rara de disfunção ventricular esquerda, manifesta no último mês da gestação ou nos primeiros meses do pós-parto, em mulheres sem cardiopatia prévia e após exclusão de outras etiologias. Os desfechos variam desde a recuperação completa da fração de ejeção até o óbito. A terapia específica ainda não é estabelecida e o manejo farmacológico se adequa à condição de gestante ou lactante, compondo o arsenal medicamentoso da Insuficiência Cardíaca de Fração de Ejeção Reduzida (ICFER), além da anticoagulação. Na presença de disfunção ventricular esquerda, o tratamento deve ser mantido de forma indefinida, mas, em sua recuperação, existe uma lacuna científica a ser recomendada. OBJETIVO: Expor as divergências na literatura médica acerca da duração da terapia medicamentosa na função ventricular recuperada em pacientes com MPP. METODOLOGIA: trata-se de uma revisão sistemática realizada a partir das diretrizes PRISMA, buscando artigos indexados em base de dados do PubMed e LILACS, com os descritores MeSH ‘‘Peripartum Cardiomyopathy’’, ‘‘Drug treatment’’ e ‘‘Period’’. Foram encontrados 118 artigos no período de 2002 a 2024, dos quais 23 estudos foram incluídos, considerando os desfechos de interesse da pesquisa, e 95 artigos foram excluídos por fuga de eixo temático, terapia não medicamentosa ou revisão de literatura. RESULTADOS: Dentre os artigos selecionados, observou-se nas pacientes com função do ventrículo esquerdo recuperada em repouso, ao exercício ou ao ecocardiograma de estresse, bom prognóstico ao reduzir ou interromper o tratamento, de forma gradativa e monitorada, num intervalo de tempo de 6 a 12 meses. Ademais, naquelas com resposta anormal ao exercício e função ventricular normal em repouso, deve-se manter o inibidor da enzima conversora de angiotensina ou betabloqueadores por período superior a 1 ano. Por outro lado, uma teoria de disfunção sistólica subclínica poderia justificar o uso do tratamento medicamentoso de forma contínua. O estudo do ecocardiograma de estresse reforça essa teoria, no qual foi percebida uma baixa reserva contrátil, apresentando relatos de disfunção longitudinal e ventricular tardia. CONCLUSÕES: Torna-se evidente o pequeno volume de estudos realizados acerca do tema. Essa escassez, reflete em divergências na literatura e dificulta uma análise robusta do prognóstico e duração ideal no tratamento da MPP, sendo necessário mais pesquisas científicas direcionadas.
Palavras Chave
Cardiomiopatia Periparto; Período; Tratamento medicamentoso
Área
CARDIOLOGIA DA MULHER
Categoria
Iniciação Científica
Autores
RAFAEL GUIMRAES PEREIRA SOUZA, GUSTAVO OLIVEIRA FREITAS, JOÃO VITOR FREIRE PAIVA WINKELER, GABRYELLE GUEDES DANTAS NOBREGA, THAÍSSA RAFAELA TAVARES BRITO, MARIANA FIGUEIREDO PAREIRA, ELIAS GABRIEL DANTAS PALHARES LIMA, LARAH PEREIRA MENEZES, FERNANDA QUEIROZ ALBUQUERQUE, MARIA CECILIA MARANHAO RIBEIRO, LARISSA SANTOS MAGALHAES , FELIPE MATEUS NUNES PAIVA