Dados do Trabalho
Título
Comunicação Interventricular pós Infarto Agudo do Miocárdio – Como definir o melhor time cirúrgico? Manejo atípico em um caso clínico.
Resumo
Introdução: Nos tratamentos modernos relacionados ao Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), a comunicação interventricular (CIV) é uma complicação rara (< 1%), mas potencialmente fatal, com 70 a 80% de taxa de morbimortalidade. Como tratamento de escolha, persiste a correção cirúrgica de urgência, com resultados incipientes. Apesar da fragilidade do miocárdio, os resultados cirúrgicos tendem a ser melhores quando a operação é adiada, conforme tempos e métodos variáveis.
Descrição: Paciente, 84 anos, feminino, tabagista, sem comorbidade prévia, atendido em serviço de emergência com quadro de precordialgia. Realizou eletrocardiograma que apresentou supradesnivelamento de ST de parede anterior, sendo submetido a terapia fibrinolítica. Encaminhado para hospital terciário em Cardiologia, com critérios de reperfusão. Evoluiu estável hemodinamicamente – após 24hs do IAM apresentou sopro sistólico mitral, com suspeita de complicação mecânica – com ecocardiograma evidenciando fração de ejeção 20%, acinesia medial septal anterior de ventrículo esquerdo e presença de CIV septo apical. Submetido de imediato a cateterismo, apresentou lesão de 99% em terço médio da descendente anterior (na bifurcação com lesão de 90% da diagonal), circunflexa sem lesão e ramo marginal com lesão de 80%, confirmado em ventriculografia CIV pós-infarto. Em Heart Team (HT) na sala de hemodinâmica, mediante estabilidade clínica do paciente, optou-se pela estratégia de reperfusão percutânea completa e monitorização hemodinâmica em unidade de terapia intensiva cardiológica. Com 72 horas, paciente apresentou sinais de instabilidade - procedido implante de balão intra-aórtico e por volta do 10º pós IAM, após suspensão do clopidogrel e “ponte” com Tirofiban, realizou-se cirurgia para implantação de duplo “patch” pericárdico na região da CIV (conferindo um menor tempo cirúrgico). Evoluiu estável durante o pós-operatório, tendo alta hospitalar.
Conclusões: A mortalidade cirúrgica no contexto da correção de CIV pós IAM permanece com taxa elevada, porém persiste a escolha nestes pacientes. Com mortalidades maiores na fase precoce e tardia, existe um “gap” de oportunidade na escolha do melhor momento cirúrgico em que resulta em melhor sobrevida. Estratégias de reperfusão estadiada ou em um mesmo time cirúrgico são controversas, em que a decisão em HT prevalece. Experiência no manejo em centros de referência permitem melhores assertivas e melhores resultados, fato exemplificado em caso clínico relatado.
Palavras Chave
Comunicação Interventricular; Infarto Agudo do Miocárdio; Cirurgia cardiovascular
Área
CIRURGIA CARDIOVASCULAR
Categoria
Iniciação Científica
Autores
BRUNO CAVALCANTE LINHARES, CAMILLY CHRISTINE DE LIMA FERREIRA, FLAVIO BAUMGARTEN OLIVEIRA, JOÃO PEDRO TEXEIRA BENTES MONTEIRO, JUAN LUKA DIAS MOTA, PEDRO JORGE PIRES VIANA , DANIELLI OLIVEIRA DA COSTA LINO