Dados do Trabalho

Título

Panorama das Internações por Insuficiência Cardíaca no Brasil na última década - Análise Epidemiológica

Resumo

Introdução: A Insuficiência Cardíaca (IC) é uma síndrome complexa caracterizada pelo comprometimento da capacidade do coração de bombear sangue e é causa frequente de internações hospitalares no Brasil e no mundo, sendo um desafio para profissionais e para o sistema de saúde.
Objetivo: Analisar o perfil epidemiológico das internações por IC no país de 2014 a 2023.
Métodos: Trata-se de um estudo ecológico e quantitativo, realizado em março/2024, que utilizou registros dos Sistema de Informações Hospitalares/SUS de 2014 a 2023. As variáveis consideradas foram: número de internações por ano, regiões, faixa etária, cor/raça, sexo, caráter de atendimento, tempo de permanência, óbitos e taxa de mortalidade.
Resultados: O Brasil registrou 2.008.665 internações por IC. O Norte teve 5,5% das internações, destacando-se o Pará (42,84%). O Nordeste contabilizou 457.889 internações, com os maiores valores na Bahia (32,23%). O Centro-Oeste obteve 7,11%, destacando-se Goiás (40%). O Sul concentrou 22,57%, sendo o Paraná responsável por 45,54%. O Sudeste teve 42,01%, com São Paulo (46,87%) em evidência. Em relação aos anos, 2014 teve 11,17%, seguido por 2015 com 10,89%, e 2016 com 10,67%, enquanto 2019 marcou 9,94%, 2020 8,44%, e 2021 8,13%. Quanto à faixa etária, 70 a 79 anos representou 26,46%, 60 a 69 anos 24,16%, e a partir de 80 anos foram 22,28%. O sexo masculino foi 51,71%. Quanto à cor, prevaleceu a branca (37,56%), porém esse dado foi ignorado em 21,42% casos. 1.905.333 internações foram urgentes (94,85%) e as demais eletivas. Os dias de permanência totalizaram 15.385.068, sendo 11,3% em 2023, 10,96% em 2022 e 10,32% em 2015. Houve 227.987 óbitos, 10,94% em 2022 e 10,62% em 2023. A taxa de mortalidade foi 11,35 e 2021 teve a maior taxa (13,48).
Conclusão: Os dados permitem identificar que a maioria dos pacientes foi do sexo masculino, entre 70 a 79 anos e brancos. As internações por IC foram maiores em 2014, 2015 e 2016 e menores em 2020 e 2021, principalmente em 2020, com redução de 15.08% em relação a 2019. Ademais, o Sudeste apresentou a maioria dos casos de internação e óbito e o Norte os menores valores de ambos. Ocorreram principalmente internações em caráter de urgência e os dias de permanência dos pacientes foram maiores em 2023. É possível inferir que houve subnotificação das internações em 2020 e 2021, compatível com o período da pandemia de COVID-19, e da cor, sendo esses um obstáculo em potencial para traçar estratégias de enfrentamento da IC.

Palavras Chave

insuficiência cardíaca; Brasil; Perfil Epidemiológico

Arquivos